Como resultado da crise econômica, política e social, o país ainda abriga mais de 12,7 milhões de desempregados, segundo dados do IBGE. Mesmo com a retomada de alguns setores, as vagas ainda não são suficientes para reduzir esse número. De acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) mensal, divulgada em fevereiro pelo IBGE, depois de dois trimestres em baixa (11,8%), a taxa de desocupação se manteve em 12,2% de novembro de 2017 a janeiro de 2018. Contudo, esse resultado mostra a movimentação sazonal típica de início de ano, quando os funcionários temporários são dispensados.
Porém, outro motivo tem contribuído para que essa conta não feche: a qualificação. Agora, as exigências do mercado estão ainda mais altas devido ao grande número de candidatos – os diferenciais como cursos extras e habilidades são fatores que podem ser decisivos para entrar numa seleção, mas como se aperfeiçoar se não há dinheiro para investir?
A consultora de carreira e job hunter Daniela Montandon explica que o número de vagas em relação ao de desempregados ainda é muito pequeno e, diante disso, os recursos humanos acabam fazendo uma seleção mais criteriosa e exigente em certos conhecimentos. “Existem faculdades muito boas e cursos extras de ótima qualidade, contudo esse profissional deve sempre estar se aperfeiçoando, pois se qualificar virou uma exigência”.
Ademais, as empresas têm buscado profissionais flexíveis e que estejam aptos a exercer a função solicitada. “Eles também querem pessoas mais comunicativas, que saibam lidar com conflitos e mudanças”.
Um exemplo da mudança é a língua estrangeira que antes era um diferencial e hoje é um pré-requisito. “Há 20 anos, o inglês não tinha nenhuma importância, mas há cerca de 5 anos ele se tornou uma exigência devido as multinacionais que se instalaram no país”.
A profissional de marketing Amanda Santos perdeu uma grande oportunidade de trabalho por não ter a segunda língua. “Estava participando de uma seleção e durante a entrevista em grupo o recrutador perguntou se todos tinham inglês. Nessa hora o chão se abriu para mim e para mais cinco pessoas que estavam na sala. Tive que abandonar o processo, sendo que tinha todas as outras competências para a função. Infelizmente, devido ao custo, não tive a oportunidade de fazer o curso”, lamenta.
[box title=”Realidade” align=”center”]Curso de inglês em Belo Horizonte custa em média R$ 287,30 por mês. Se levarmos em consideração um trabalhador que ganha um salário mínimo (líquido), ele ficaria com R$ 666,70.[/box]
Com um cenário econômico incerto, outra questão que fica à tona são a de profissionais que aceitam trabalhar por salários menores. A consultora esclarece que isso não é mal visto, como se pensa. “Pelo contrário, devido a demanda do mercado, alguns estão aceitando oportunidades com cargos e salários inferiores, isso mostra que a pessoa é flexível e consegue se adaptar as exigências”.
Entrevista, como proceder?
Daniela conta que durante a entrevista o recrutador utiliza várias técnicas para identificar as características essenciais nos candidatos. “O recrutador deve ter muita técnica e conhecimento sobre a área almejada. O processo se inicia pela análise do currículo e na entrevista é possível fazer perguntas nas quais se busca respostas que irão mostrar se ele tem ou não o que a empresa precisa. Existem dinâmicas, testes e provas que também podem ajudar”.
Ela salienta que o candidato deve sempre estudar o conteúdo de seu currículo, pesquisar a empresa e o recrutador e, por fim, não ser prolixo ao responder perguntas. “O ideal é ser claro e direto”.
Muita gente não consegue falar de si com clareza e quando a pergunta é: “quais são seus defeitos e qualidades?” acaba se enrolando, bem como a estudante de engenharia Larissa Campos. “Me perco e não sei que resposta dar e acabo sendo eliminada dos processos”.
A consultora comenta que o ideal é que não se fale sobre o seu pior defeito. “A ansiedade e o perfeccionismo viraram características piegas e repetitivas. A primeira eu considero uma questão profissional e não acho negativa desde que a pessoa tenha consciência disso e saiba tratá-la. Caso surja dúvida em o que dizer, o melhor é buscar as avaliações de desempenho de antigos superiores e verificar aquilo que mais se repetiu. Além disso, é importante falar o defeito e, em seguida, dizer o que está sendo feito para corrigi-lo”, conclui.
Como se aperfeiçoar?
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Fonte: Mercado Mineiro e Indeed
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