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Construção civil em Minas deve crescer 2% em 2018

O cenário econômico dos últimos 4 anos não foi favorável para a construção civil em Minas Gerais. O setor registrou sucessivas quedas e acumulou retração de 25,86%. No período de janeiro a setembro de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Estado apresentou queda de 7,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação à taxa de empregos formais, o saldo dos últimos anos também é negativo com mais de 111 mil postos de trabalho perdidos. Mas apesar dos números desanimadores, o setor ganha fôlego e começa a dar sinais de recuperação. É o que apontam os dados do balanço anual do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). A expectativa é de retomada das atividades e crescimento de 2% no próximo ano.

De acordo com o economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG, Daniel Furletti, o setor em nível nacional também apresentou queda de 21,28% entre 2014 e 2017. E as razões disso são macroeconômicas. “O país vivia uma recessão na qual houve um declínio no PIB de 3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016. E essas quedas constantes desencadearam uma série de outros problemas do ponto de vista do cenário econômico, como desemprego, inflação alta, beirando 11% em 2015 e acima de 6,5% em 2016. Também tivemos juros altos em torno de 14% ao ano. Isso tudo deu um contexto macroeconômico diverso e rebateu no setor da construção civil que depende de renda e investimentos. E todas essas variáveis impactaram não só no rendimento, devido ao desemprego, mas principalmente a questão dos investimentos por meio dos juros”.

O economista acredita que esse cenário negativo dos últimos 4 anos mudou. “Em 2017 vemos claramente o fim da recessão. A gente convive agora com uma inflação com expectativa de fechar o ano em 2,88%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, sendo a menor desde o início do sistema de metas em 1999. Além disso, a taxa de juros já está 7% e com previsão de chegar a 6,75% em fevereiro de 2018, o que é bem mais palatável do que os anos anteriores. O emprego formal também voltou a registrar números positivos com a geração de 302 mil vagas formais de janeiro a outubro de 2017. Baseado nessas razões, isso nos leva a considerar uma possibilidade de a construção civil crescer em torno de 2% em 2018. E apesar de ser um ano eleitoral e de mudanças, a gente espera que seja para melhor”.

Para o setor avançar ainda mais, Furletti afirma que é importante criar um ambiente macroeconômico propício. “Mas além disso, temos que ter uma segurança jurídica nos negócios, menos burocracia no que diz respeito ao licenciamento ambiental e ao alvará de construção, e principalmente investimentos. É importante lembrar que a burocracia é uma variável importante para o setor. E para se ter isso tudo é necessário a concretização de reformas estruturantes. A Trabalhista, por exemplo, já aconteceu, a da Previdência está em andamento, mas também precisamos que a Administrativa e Tributária aconteçam, pois elas consolidam esse processo de um ambiente de negócio propício para os setores mais produtivos”.

Queda nos lançamentos
Dados do mercado imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima mostraram que os estoques estão abaixo da média de 5 mil unidades mantida pelo mercado. Os números apontaram 3.694 unidades residenciais disponíveis para comercialização em outubro de 2017. A quantidade de apartamentos vendidos (1.669) foi 198% superior aos lançamentos (560 unidades), no qual tiveram queda de 73,58% em relação ao ano passado. Ao todo, foram lançados 18 empreendimentos residenciais de janeiro a outubro de 2017.

Das 3.694 unidades residenciais disponíveis para comercialização em Belo Horizonte, 23,8% estão na região da Pampulha, 17,1% na Centro-Sul e 15,1% em Venda Nova. As regiões Nordeste e Barreiro são as que apresentaram o menor número de unidades novas em estoque, 136 e 132, respectivamente.

Para o economista, os estoques baixos não são um problema. “Quando a economia tiver essa retomada, vai ensejar mais lançamentos e impulsionar as atividades do setor. Haverá mais demanda, melhores condições de financiamento, mais vagas de emprego e logicamente mais renda. Então o mercado imobiliário vai desenvolver. Para quem pensa em comprar um imóvel, agora seria o melhor momento”, finaliza.

Confiança dos empresários
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (ICEICON-MG) recuou 1,8 ponto em novembro, quando comparado ao mês anterior, registrando 51,3 pontos. Mas apesar da queda, o indicador está acima dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando recuperação da confiança dos empresários do setor. Os dados também apresentam aumento contínuo nos últimos meses.

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