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Brasileiros cortam gastos com telefonia e TV por assinatura

O consumidor brasileiro tem reorganizado os gastos e até mesmo cortado alguns serviços considerados despesas supérfluas para se adequar ao orçamento familiar. E quem vem sentindo os impactos são as operadoras que oferecem serviços de telecomunicação. De acordo com dados mais recentes da Anatel, o setor de TV por assinatura, por exemplo, registrou em maio de 2017 uma redução de 136.787 mil assinantes (-0,73%) na comparação com o mês anterior. Se considerarmos os últimos 12 meses, o recuou foi de 1,39%.

A telefonia fixa também apresentou queda entre maio e junho deste ano de 100.097 mil linhas. No mesmo período, a telefonia móvel perdeu 2.356 mil usuários. Por outro lado, os dados da Anatel mostram que a banda larga fixa é o único serviço que teve alta. Em julho de 2017 apresentou 156.483 mil novos assinantes. Um crescimento de 0,56%, quando comparado ao mês anterior.

Assinantes banda larga fixa 2017

Janeiro 26.803.680
Fevereiro 26.896.988
Março 27.232.583
Abril 27.309.865
Maio 27.485.607
Junho 27.739.585
Julho 27.896.068

Fonte: Anatel

Segundo o economista e especialista em finanças, Leandro Martins, o brasileiro acredita que esses serviços de TV paga, internet e telefonia são fundamentais. “Mas diante de um cenário de incerteza e pouca confiança do consumidor, quando a situação financeira da família aperta, um dos primeiros serviços a ser cortado é justamente a TV por assinatura”. O especialista afirma que primeiro é preciso priorizar o essencial como água, energia e plano de saúde.

Ainda conforme Martins, o consumidor precisa ver se encaixa no orçamento e avaliar a real necessidade de contratar determinados planos. “Uma mensalidade de R$ 80, por exemplo, ao longo de 12 meses é uma despesa de quase mil reais”. Ele salienta que para quem não abre mão dos serviços, o ideal é ligar na operadora e fazer uma readequação do plano, focando no recurso em que é mais utilizado.

Novos hábitos

O consumidor tem preferido manter determinado serviço e cancelar outros ou então fazer uma readequação de planos. É o caso da empresária Cintia Campos. Ela conta que entrou em contato com a operadora para mudar o plano contratado. “Tanto em casa, como no meu trabalho, a internet é indispensável. A TV por assinatura é interessante, mas quase não tenho muito tempo para assistir. Eu estava pagando R$ 249 em um pacote que tinha telefone fixo, internet e a TV. Preferi aumentar a velocidade da minha banda larga e abrir mão dos canais por assinatura. Com isso, consegui economizar cerca de R$ 130 mensais”.

Já para o gerente Saulo Portugal, existem outras despesas mais importantes. “Aqui em casa nós quase não usamos o telefone fixo, então optamos pelo cancelamento para evitar ficar pagando assinatura. O único serviço que temos é duas linhas de celular e a internet, que os filhos usam para trabalhos e pesquisas escolares”. Ele diz que só com o corte do fixo, a redução foi de cerca de R$ 70 por mês. “Eliminamos um gasto e investimos mais em outros como o lazer do fim de semana e passeios no shopping com a família”, finaliza.