Uma maneira diferente de empreender que visa atender uma demanda do mercado, com processos mais enxutos, de baixo custo e chega ao seu público-alvo de forma rápida e abrangente. Esse é um resumo do conceito de startup, um modelo de negócio que vem ganhando cada vez empreendedores.
Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o Brasil possui, atualmente, 3.341 startups funcionando em território nacional, sendo que São Paulo é o Estado onde mais se tem esse tipo de negócio, concentrando 31% dos empreendimentos – ou seja, 1320. Minas Gerais vem na segunda colocação, com 365 empresas, o que representa 9%.
Márcia Machado, analista do Sebrae Minas, destaca que o movimento de negócios escalados, características das startups, acontece no mundo todo. “As pessoas perceberam que podem empreender e não é pecado errar. Se falharem é uma mostra de que aquele modelo não está adequado à sociedade e é, também, um aprendizado para os projetos futuros”.
A analista diz que, as startups, por usarem a internet para movimentar e escalar o negócio, a estrutura dessas empresas conseguem ser reduzida. De acordo com dados do estudo Panorama das startups brasileiras que ouviu 165 empresas, 49% desses empreendimentos possuem de um a três funcionários. “Em alguns casos, empreendedores conseguem trabalhar de casa. Além disso, as startups, no primeiro momento, não é necessário ter CNPJ”.
A pesquisa também apontou que 61% das startups tem um faturamento bruto anual de até R$ 60 mil. “Os jovens estão começando a empreender e estão vendo, neste nicho, várias oportunidades de negócios”.
Alunos fundam startup
Três alunos do ensino médio do Colégio ICJ, localizado no Nova Suíssa, região Oeste de Belo Horizonte, fundaram a startup The Life Project – Soluções Tecnológicas, que tem como foco produzir produtos tecnológicos para diversas modalidades esportivas.
O primeiro projeto testado foi uma câmera que acompanha a luta de Taekwondo para verificar onde o chute do competidor alcançou o adversário. “O professor Pablo chegou com um problema para o meu grupo. Por ser vice-diretor da federação dessa modalidade, ele notou que a câmera que acompanhava as lutas ficava estática e não acompanhava quando os lutadores iam para o canto do tablado”, comenta Gabriel Morais, 16, fundador do projeto.
Atualmente, eles alugam esse equipamento para a federação por, aproximadamente, R$ 1.000 e estão desenvolvendo um novo projeto para o vôlei de praia. “Estamos montando um projeto no qual vamos colocar uma câmera na linha para ter a precisão se a bola caiu dentro ou fora da quadra”, finaliza o estudante.
Como montar uma startup
Márcia Machado ressalta que o ideal é que uma startup seja criada por oportunidade, na qual o empreendedor identifica uma necessidade do mercado e desenvolve o negócio dentro do que a comunidade demanda. “Hoje existem ferramentas e metodologias que auxiliam prototipar (ou seja, aplicar o que será vendido/desenvolvido em um escala reduzida) e validar para entender e testar se aquele produto é realmente necessário”.
Essa primeira fase de análise de mercado é considerada a mais importante tanto para a analista quanto para 63% dos empreendedores ouvidos no estudo. “Antes de constituir CNPJ e investir recursos consideráveis, é fundamental verificar se o que está sendo desenvolvido faz sentido para o mercado”.
Márcia tenta desconstruir a ideia de que o fracasso de uma ideia seja algo ruim. “Uma startup ser descontinuada é comum, saudável e significa que ela prototipou e não conseguiu atender as necessidades de mercado. Isso forma o empreendedor, ajuda a pensar no próximo passo e construir novas ideias”.
Viçosa, cidade localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, sediará, nos dias 18, 19 e 20 de agosto a segunda edição do Startup Weekend, um evento global formatado para auxiliar novos empreendedores a tirar suas ideias do papel.
As inscrições vão de 30 de junho a 24 de julho e o valor é de R$ 100 por participante. Para saber mais informações, acesse o site.