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Musculatura tem limite

O futebol está vivendo um inferno astral com a sequência interminável de lesões e contusões de jogadores. Quis me informar melhor sobre o assunto para, como leigo, não dar informações erradas ou fazer crítica injustas. Conversei com o Dr. Rodrigo Lasmar. Alguns tópicos vindos do médico do Atlético e da Seleção Brasileira:

  •  Musculatura tem limite. A carga de jogos no Brasil é muito maior do que, por exemplo, na Europa. Isso sem contar as distâncias continentais do país.
  • O Real Madrid jogou todas as finais e fez 60 partidas na temporada. O Bayern de Munique entrou em campo 50 vezes. Em 2016, o Atlético foi a campo 77 vezes e, em 2017, se chegar às finais dos torneios que disputa, pode bater 85 jogos.
  • Mesmo assim, com um número muito abaixo de jogos, apenas cinco jogadores do elenco do Real Madrid não se contundiram. No Brasil, as viagens são mais longas, sem contar as distâncias e os deslocamentos nos jogos pela América do Sul. A fadiga muscular chega sem pedir licença.
  •   Atualmente, a medicina esportiva usa ferramentas que ajudam a detectar se um atleta corre o risco de contusão, embora esta previsão não seja ciência exata. Sobre a falta de informação para a mídia, muitas vezes é a comissão técnica que evita revelar a saída da relação de um jogador para não facilitar a vida do adversário.

Em síntese, Rodrigo Lasmar defende uma redução do número de jogos em cada temporada, distribuição de tabela mais coerente e uma discussão de dirigentes com a equipe médica sobre calendário. Isso no futebol brasileiro, não apenas em Minas.

Ele acaba de participar de um Congresso Mundial da Fifa, em Barcelona, onde a pauta quase toda foi sobre a parte física dos jogadores. Há novidades na prevenção e no tratamento, mas um ponto ficou bem claro para todos: musculatura tem limite.