O setor de cervejas artesanais está crescendo no Estado. Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), ligado à Federação das Indústrias (Fiemg), o segmento produz, em média, 1.5 milhão de litros por mês. Além disso, a área tem crescimento médio de 21% no faturamento ao ano e, para 2017, a previsão é de 14%
Minas já é o segundo maior Estado em volume de produção de cerveja – possui 49 microcervejarias, sendo que 26 estão na Grande Belo Horizonte, 11 na região Sul, sete na Zona da Mata, três no Triângulo Mineiro e duas na região Oeste.
As cervejas artesanais, por não terem um padrão pré-estabelecido, possuem garrafas de 250 ml a 750 ml e os preços oscilam entre R$ 8,00 e R$ 250,00.
Segundo o superintendente executivo da SindBebidas, Cristiano Lamêgo, o setor está em franco crescimento, pois a renda do brasileiro aumentou nos últimos anos. “O consumidor está demandando cervejas com maior valor agregado”.
Lucas Magalhães, cervejeiro, diz que a sua paixão pela bebida começou há 6 anos, quando presenciou um amigo produzindo a cerveja em sua residência. “Quando ele disse que iria fazer uma receita em sua casa, fiquei abismado com essa possibilidade e logo pedi para ver o processo”.
Após isso, Magalhães se interessou tanto pelo assunto que começou a produzir sua própria cerveja. Segundo ele, os equipamentos custaram aproximadamente R$ 11 mil. “Creio que comecei como todos os homebrewing, fazendo em casa por ser mais fácil”.
O cervejeiro conta que para o processo de produção ser completo, demora, aproximadamente, 3 semanas. “São 7 dias fermentando e mais ou menos 15 dias maturando”.
Atualmente, ele vende algumas garrafas que produz para os familiares e amigos, porém, ainda não pode comercializar para mercados, bares, restaurantes e empórios, pois não possui o MAPA, certificação do Ministério da Agricultura. Cada garrafa vendida por ele de 500 ml custa R$ 15.
Cervejas premiadas
As cervejas mineiras tiveram grande destaque em concursos internacionais em Blumenau, Santa Catarina, Argentina e Bélgica. No país europeu, a Backer recebeu a medalha de ouro na Superior Taste Award; já em Buenos Aires, além dessa cervejaria, Capitão Senra, Wals e Krug Bier ganharam prêmios em diversas categorias. Mas, o grande destaque foi a Wals Pilsen, eleita a melhor cerveja do ano.
Novo selo
Devido ao grande destaque que o setor está tendo, tanto nacionalmente como no exterior, as cervejarias se uniram para criar um selo como uma forma de unificar o posicionamento de mercado. “Esse produto vai ser o resultado de um trabalho de pesquisa para criar uma identidade única para as cervejas. Ele vai atestar a origem da bebida e ajudará as produtoras a conhecer mais o mercado mineiro”, diz Lamêgo.
Segundo o executivo, a inclusão deste selo não trará nenhum custo a mais para os cervejeiros, pois estão estudando a melhor forma para isso ser feito sem onerar a produção. “O consumidor busca produtos locais, com maior valor agregado e processos artesanais que incorporem alguns ingredientes comuns no seu dia a dia, para se sentir mais familiarizado”, explica.
Lamêgo espera que, com a implantação desta nova identidade visual, as vendas aumentem. “O Brasil já consome as cervejas mineiras, principalmente os chopps e as engarrafadas, e com o novo posicionamento, o produto vai ganhar uma roupagem nova e aumentar a demanda”, estima.