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Casais investem em empresas para superar período de crise

Para a atividade prosperar, é necessário separar as relações (Foto: divulgação)

Casar é compartilhar os planos, melhor ainda se o casal sonha em idealizar e dar início no próprio negócio. Associado ao período de crise pelo qual o país atravessa e ao aumento da participação feminina no mercado de trabalho, esse cenário foi ganhando força e fez com que o número de empreendimentos entre parceiros amorosos aumentasse consideravelmente.

“Acredito que essa crescente está muito relacionada ao momento que o país está vivendo, pois as oportunidades e necessidades estão aflorando mais. Isso é o que motiva as pessoas a investir em um negócio próprio”, explica a analista do Sebrae-MG, Denise Sapper.

De acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management do Brasil (Isma-BR), 80% dos casais que trabalham em uma mesma empresa têm um relacionamento mais agradável devido à compreensão e ao menor desgaste emocional. “É importante que exista o diálogo o tempo inteiro, além do respeito e bom senso. O casal, ao investir em um negócio, está colocando duas relações em convivência: a profissional e a pessoal. Por isso, é necessário separar as coisas e valorizar o que existe de positivo em cada um. Ou seja, pensar o que há de bom nos dois e usar para prosperar o negócio, estabelecendo funções, salários e cargos”, ressalta a analista.

O casal Fernando de Lima Campos e Márcia Longo Machado resolveram ir além da sociedade matrimonial. Atualmente, eles são sócios no trabalho e dirigem uma franquia da SMS Digital, empresa especializada em comunicação por mensagem de texto. De acordo com eles, os negócios estão em pleno funcionamento. “Nós começamos do zero, não tínhamos conhecimento em empreendedorismo, mas, aprendemos juntos, sem o atrito de ‘achar’ que determinada situação estava certa ou errada. Com isso, dividimos as tarefas e passamos a executar as ações com as orientações que recebemos”, revela Campos.

Para o empresário, administrar um negócio em família quebra o tabu que foi levantado por muitos. “Nosso empreendimento sempre estará sobre olhar do dono. Se eu faltar, a Márcia cuidará de tudo e vice-versa. Para que tudo saia bem, há uma divisão. Eu cuido do setor comercial e ela responde pelo administrativo. Eu sou mais envolvido com a franquia, enquanto minha mulher tem outra ocupação e dá suporte nos horários alternativos. Dessa forma, quase não existe conflito. Além do mais, procuramos separar bem os departamentos e evitamos misturar questões de casa com o da empresa. Tudo o que fazemos é para nós e para o nosso futuro”, informa.

Márcia afirma que o negócio não atrapalhou a relação, pelo contrário. “Trabalhar junto estreitou ainda mais a nossa união. Nós aprendemos a ser mais parceiros, fazer as coisas em conjunto, dividir mais as responsabilidades e, mesmo assim, preservarmos a nossa individualidade”, conta.

A especialista do Sebrae-MG apoia a ação do casal e aconselha: “Trabalhar em casal pode ser bom ou ruim, tudo depende da postura de cada um. É possível separar o relacionamento pessoal do profissional. O ponto mais forte dessa relação deve ser o diálogo. Eles devem partilhar sonhos e atingir expectativas. Com tudo isso, não há como dar errado”, conclui.