Terminado o segundo turno das eleições em Belo Horizonte, serão iniciadas, imediatamente, as discussões, encontros e telefonemas visando as projeções do projeto político nacional de 2018.
Neste item, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin sai na frente. Ele já está agendando visitas significativas à capital mineira, inclusive um jantar com lideranças importantes a ser realizado, possivelmente, no Automóvel Clube.
Uma das primeiras falas do prefeito eleito Alexandre Kalil foi sobre a importância de abrir diálogo com lideranças nacionais, ele inclusive citou o governador paulistano, assim como o presidente Michel Temer.
O governador Fernando Pimentel também já tem um canal direto de conversações com o chefe do Executivo do Palácio dos Bandeirantes, tanto que sua visita ao Palácio da Liberdade deverá acontecer ainda neste ano. A data ao certo só depende de um detalhe: Pimentel precisa se desvencilhar da acusação de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, cuja matéria está na Assembleia. Aliás, esse assunto terá de ser debatido ainda em novembro e uma vez equacionando, o governador mineiro estará livre para voos políticos mais expressivos.
Na mesa do político de São Paulo está um papel com outra informação: Marcio Lacerda, um dos fundadores e atual presidente estadual do PSB, seria o nome ideal para ser o vice a vice-presidente. Até porque, os socialistas tiveram um bom desempenho pelo Brasil afora e, em última análise, trata-se de uma sigla que sempre esteve muito próxima aos projetos políticos de Alckmin.
Por outro lado, em Brasília, o nome do titular de São Paulo é conhecido como o de maior visibilidade nacional no momento. Isso aconteceu não só pelo fato do PSDB, em seu Estado, ter tido um crescimento imenso por meio da eleição do prefeito João Dória ainda no primeiro turno, mais também pelas conquistas de vários municípios em diversas regiões.
Outra informação de Brasília, cita que o atual ministro de Relações Exteriores, José Serra, faz parte da lista de políticos citados na Operação Lava Jato, como beneficiário de dinheiro de empreiteiras para uma de suas campanhas eleitorais, essa questão o inviabiliza para ser candidato ao pleito de 2018, caso contrário, ele seria um nome com grande força dentro do partido.
A essa altura, a liderança do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, está sendo colocada em xeque. Seu grupo tem reduzido de maneira exponencial. Em Minas, como se não bastasse mais uma derrota em Belo Horizonte, por meio de seu apoio ao candidato João Leite, existe uma verdadeira pressão para que o senador volte a residir na capital, já que ele faz questão de fixar sua residência em Brasília.
Distanciado das lideranças no interior do Estado, seu lugar entre os tucanos passou para outro político com maior prestígio: seu afilhado e fiel escudeiro, o senador Antonio Anastasia. Em todas as regiões por onde passa, Anastasia é o preferido, tanto assim que sua presença foi realmente solicitada em diversos palanques nas campanhas para prefeitos. O mesmo não acontecendo com Aécio, pelo contrário, o presidente nacional dos tucanos teve de ser escondido.
Em Contagem, o segundo maior colégio eleitoral do Estado, foi feita uma pesquisa que trouxe à tona uma realidade: cerca de 60% dos entrevistados não seguiriam as sugestões de qualquer candidato indicado por Aécio. O mesmo aconteceu por vários grandes municípios mineiros. Pode-se até dizer o contrário, mas ele não foi visto nos palanques em Juiz de Fora, Uberlândia, Montes Claros, Ipatinga, Betim e nem em outros grandes colégios eleitorais de Minas Gerais.