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Setor calçadista brasileiro deve crescer até 2,7%

Quase 13 mil vagas de emprego foram geradas na indústria calçadista no primeiro bimestre | Foto: Divulgação/Internet

O setor calçadista brasileiro vem se recuperando dos efeitos econômicos da crise sanitária de COVID-19. A Abicalçados, associação que representa essa indústria, projeta crescimento entre 1,8% e 2,7% em 2022, encerrando o ano com uma produção entre 820 milhões e 828 milhões de pares. Os resultados positivos serão impulsionados pelas exportações, que devem avançar de 8,4% a 10,2% em relação a 2021. O ramo também está otimista quanto ao trabalho na atividade. Somente no primeiro bimestre foram geradas quase 13 mil vagas de emprego.

De acordo com o presidente- -executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o setor calçadista seguirá em ritmo de recuperação ao longo de 2022. “No ano passado, encerramos com uma produção cerca de 10% menor do que em 2019. Para 2022, mesmo crescendo na base otimista entre 1,8% e 2,7%, ficaremos cerca de 8% abaixo dos níveis pré-pandemia”.

Ele acrescenta ainda que o mercado interno, que representa 85% das vendas do setor, segue com uma dinâmica inferior ao crescimento das exportações, reflexo do nível de emprego e crescente inflação, que reduz a renda disponível para consumo.

As projeções setoriais da Abicalçados são realizadas por meio de análises das perspectivas de crescimento dos Produtos Internos Brutos (PIBs) brasileiro e dos Estados Unidos – principal destino das exportações de calçados -, e o comportamento do câmbio. “O Brasil parece ter um limitador de desenvolvimento, baseado especialmente no baixo investimento público, no aumento da desigualdade e com o componente da inflação, hoje em dois dígitos. O baixo crescimento interno deve impactar o setor calçadista brasileiro ao longo do ano”, diz o doutor em Economia, Marcos Lélis.

Vagas de emprego

No primeiro bimestre, as indústrias de calçados geraram quase 13 mil vagas de emprego. O número é 8,2% superior aos registros do mesmo período do ano passado. Ferreira destaca que o resultado é puxado pela recuperação da atividade, especialmente no mercado internacional e também pela continuidade da desoneração na folha de pagamentos para o setor.

“Nos dois meses iniciais deste ano foram exportados mais de 27,5 milhões de pares, o que gerou US$ 209,2 milhões, incrementos de 40% em volume e de 70,8% em receita na relação com o mesmo período de 2021. Existe uma recuperação importante nos embarques de sapatos, especialmente para os Estados Unidos, que importou quase o dobro de calçados brasileiros no primeiro bimestre em relação ao período correspondente de 2021. O fato tem ajudado na geração de vagas, que somam aproximadamente 40 mil empregos criados entre 2021 e início de 2022”, explica.

O estado que mais emprega no setor calçadista brasileiro é o Rio Grande do Sul, sendo que as fábricas gaúchas respondem por 28% do total de postos no Brasil. No primeiro bimestre, foram criadas 4,7 mil vagas. O segundo empregador da atividade é o Ceará, gerando 409 vagas no mesmo período.

Tendo ultrapassado São Paulo no ranking de empregadores do setor, a Bahia é o terceiro estado que mais emprega na atividade. Nos primeiros dois meses do ano, as fábricas baianas geraram 1,78 mil vagas. Já São Paulo aparece na quarta posição, com 2,8 mil vagas na atividade.