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Brasileiro gastou cerca de R$ 11,6 bilhões em compras de café moído no ano passado

Consumo anual da bebida cresceu 1,7% em 2021 | Foto: Divulgação

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), 9 em cada 10 brasileiros com idade acima de 15 anos apreciam a bebida. Ainda de acordo com a entidade, o consumo anual de café cresceu 1,7% no Brasil. Atualmente, o país é o segundo consumidor global da bebida. Foram 21,5 milhões de sacas de 60kg demandadas pela população no último ano. Ainda de acordo com o órgão, a produção deste ano será ainda melhor que a de 2021. Conforme o IPC Maps, no ano passado, foram gastos cerca de R$ 11,6 bilhões com café moído nos domicílios do país.

Para o especialista em café da Mesa Agro da Terra Investimentos, Luiz Monteiro, a flexibilização das atividades após o ciclo de vacinação contra COVID ajudou no crescimento do mercado tanto no Brasil como no exterior. “Durante a pandemia foi observado o aumento do consumo doméstico e, portanto, ocorreu uma manutenção dos níveis devido a essa migração. A inflação, de certa forma, também afetou a forma de consumir café de algumas pessoas, com a queda do poder aquisitivo muitos mudaram a marca para algo mais em conta, porém sem deixar de beber”.

Para o especialista, em 2021, as áreas produtoras de café sofreram dois efeitos climáticos muito fortes: a seca e a geada provocando perdas de áreas de produção. “Isso também debilitou as lavouras, o que afetará a safra 2022. Por isso, as projeções para a colheita deste ano foram bem pessimistas. Contudo, com as chuvas no início do ano foi observada uma boa florada em diversas regiões produtoras, o que trouxe um certo alívio às estimativas como citado pela Abic, mas não descartando uma quebra na produção para este ano”.

Ele acrescenta que, historicamente, o café sempre foi importante para a economia brasileira, tendo no passado um peso muito importante no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “O crescimento do país foi baseado na cultura do café, inclusive com setores do Governo dedicados, exclusivamente, à bebida. Hoje, com a diversificação do agronegócio brasileiro, o café reduziu essa participação, mas segue contribuindo para o crescimento do setor, expandindo nossa fronteira, exportando para EUA, Alemanha, Bélgica, Itália, Japão, Coreia do Sul entres outros. O Brasil é o maior produtor do mundo e o 2° maior consumidor, atrás apenas dos EUA”.

Monteiro explica sobre a relação do brasileiro com a bebida. “O café faz parte do nosso cotidiano e é a desculpa perfeita para um bate-papo. Assim como no futebol, a maioria é um pouco especialista em café, seja puro, com leite ou expresso. A relação com a bebida começa desde cedo, com o cheiro que existe na casa da avó, nas manhãs em família ou no bolo da tarde, ele faz parte da cultura do nosso povo”.

A chef e proprietária de uma cafeteria em BH, Fernanda Lee, conta que sua empresa sofreu com a pandemia. “Ficamos mais de 6 meses com as portas fechadas, já que não valia a pena o delivery para nós. Foi muito difícil, não estávamos preparados para isso. Porém, com o relaxamento de medidas nosso faturamento vem crescendo todo mês. Em janeiro, já iniciamos com 25% a mais do que no ano de 2020, antes da pandemia. Em fevereiro foi 10% a mais do que janeiro e também foi assim em março”.

O resultado do primeiro trimestre de 2022 deixou a empresária com expectativas positivas. “Acredito que este ano será um dos melhores para a empresa. Acredito que vamos conseguir recuperar uma boa parte do prejuízo. Esse crescimento está fazendo com que a gente recupere o ânimo, que ficou abalado. Quem sabe é o momento de pensar na ampliação e crescimento do negócio”, finaliza.