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Prefeitos mineiros elegem nova presidência para a Associação Mineira de Municípios

Com 305 votos, chapa única de Marcos Vinicius da Silva Bizarro foi confirmada | Foto: Divulgação/AMM

 

Marcos Vinicius da Silva Bizarro | Foto: Arquivo pessoal

Abril começou com mudanças na Associação Mineira de Municípios (AMM). Logo no primeiro dia do mês, 310 prefeitos mineiros compareceram à entidade para a eleição da nova diretoria. Por 305 votos favoráveis, três brancos e dois nulos, a chapa única “Unidos pelo Municipalismo”, encabeçada por Marcos Vinicius da Silva Bizarro, prefeito de Coronel Fabriciano (Rio Doce), foi confirmada para gerir a associação nos próximos 3 anos.

Bizarro é médico com especialização em geriatria. Antes de se eleger prefeito, atuou pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante 8 anos. Entrou para a política para defender uma causa: lutar pelo Hospital Siderúrgica, que encerrou suas atividades por falta de apoio da gestão pública municipal à época. Em 2016, se candidatou ao cargo de prefeito de Coronel Fabriciano com apenas 3% da intenção de votos e foi eleito com 47,7% da preferência dos eleitores.

A posse será nos dias 1º e 2 de junho, durante o 37º Congresso Mineiro de Municípios, no Expominas, em Belo Horizonte. Ao Edição do Brasil, Bizarro comentou sobre seus planos à frente da AMM. “Um dos nossos objetivos é que nossas lideranças municipalistas tenham mais efetividade no dia a dia do cenário nacional”.

Como pretende trabalhar no que se refere à carga tributária que, atualmente, é arrecadada por Brasília a fim de que os municípios tenham mais recursos financeiros?
Esta é uma demanda desde quando foi instituída a Constituição, em 1988, que é o famoso Pacto Federativo. Nele, a maior arrecadação é feita a nível municipal, vai para Brasília, e o retorno é muito pequeno. Estamos trabalhando no sentido de inverter essa realidade. Existem, atualmente, vários modelos de Reforma Tributária em andamento e faz parte da nossa ação defender os interesses dos municípios. As cidades têm, basicamente, três impostos: ITBI, IPTU e ISS. Na Reforma Tributária, eles querem pegar muito o ISS. Então, nós teremos que batalhar, com a união de todos os prefeitos, para que a gente não seja, mais uma vez, penalizado com as reformas feitas em Brasília.

Como será a presença dos líderes dos municípios mineiros no cenário nacional?
Essencial. Eles precisam estar atuantes dentro da reestruturação que vamos fazer na AMM, criando as câmaras técnicas específicas com a participação de prefeitos. Nosso objetivo é que nossas lideranças municipalistas tenham mais efetividade no dia a dia do cenário nacional. Mais uma vez lembro que, antes de sermos prefeitos, temos uma profissão, uma especialidade em alguma área e pretendo aproveitar o máximo possível dessa especialidade profissional desses líderes a favor do nosso movimento municipalista. Por outro lado, estaremos, também, trabalhando junto com a Confederação de Municípios (CNM).

Como será sua atuação com as bancadas no Congresso para que as demandas mineiras sejam atendidas?
Acho que é preciso ter uma relação muito harmoniosa. Temos, hoje, bom relacionamento com a maioria dos parlamentares. A gente entende que estamos em ano eleitoral. Acredito que teremos poucos avanços no Congresso até as eleições, tendo em vista o período eleitoral. Mas temos um líder da bancada mineira, o deputado federal Diego Andrade (PSD), que é um parceiro, batalhador e municipalista. Ele, com certeza, irá defender os interesses das cidades do estado. Temos também um mineiro na presidência do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (PSD), outro parceiro do municipalismo. Dentro da AMM vamos trabalhar em reuniões periódicas tanto com a bancada estadual, quanto com a federal, para apresentar a todos eles as pautas municipalistas que estão tramitando em ambas as casas, além de propor novas ideias.

Qual será a relação da AMM com o governo mineiro no seu mandato?
Espero que o relacionamento da AMM, independentemente de quem seja o próximo chefe do Estado, seja harmonioso com o governo. Acho que não pode ser uma relação de montaria, em que o governo de Minas se beneficia e prejudica o dia a dia dos municípios mineiros. É preciso que nossos representantes entendam que a AMM é apartidária. A gente representa e defende os interesses municipalistas de 853 cidades, buscando melhorias para toda a população de Minas Gerais.

Qual a sua visão para o fortalecimento do municipalismo estadual e nacional?
Eu acredito que a gente tenha que trabalhar muito o associativismo. É preciso fazer uma interlocução também com as outras associações, principalmente, da região Sudeste, justamente porque as pautas são comuns. Se conseguirmos unir a força desses quatro estados, hoje, nós conseguimos aportar muito mais em termos de qualificação no debate Legislativo e Executivo para as pautas municipalistas, porque é onde vive o cidadão. Não é no Estado, nem tão pouco na União. E, claro, conhecer, aprender e trabalhar em sintonia com as demais regiões que têm pautas específicas, com realidades locais.