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Obesidade afeta 3,1 milhões de crianças até 10 anos no Brasil

É importante manter hábitos saudáveis e alimentação balanceada desde cedo para prevenir doenças | Foto: Reprodução/Internet

Ter hábitos saudáveis é uma ação que começa ainda na infância e traz reflexos durante a vida adulta. Isso inclui manter uma alimentação balanceada, praticar atividade física, entre outros. No entanto, segundo dados do Ministério da Saúde, a estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. A maioria delas possui entre 5 e 9 anos. Se não tratado, o problema pode ocasionar diversas doenças como colesterol alto, diabetes e pressão alta.

A nutricionista Sara de Oliveira explica que desde pequeno as crianças devem evitar o costume de alimentos industrializados, especialmente os ricos em açúcares, conservantes, sal, corantes e gorduras trans. São produtos que degradam aos poucos a saúde da criança. “A redução é a melhor opção para controle da ingestão calórica, sendo possível o uso simultâneo destas comidas prontas como complemento do cardápio diário”.

Sara alerta que o hábito alimentar da família tem influência direta na criança. “Os pais são responsáveis pela educação nutricional de seus filhos e devem evitar o excesso de presentes em forma doces ou lanches. Elas devem saber que estas iguarias existem, mas são prejudiciais à saúde em grande quantidade. Seu consumo deve ser esporádico ou substituído por outros mais saudáveis”.

Ela afirma ainda que para prevenir a obesidade, os pais devem definir um horário para as refeições, além de estimular o lazer com prática de atividade física em forma de brincadeiras ou esporte. “O paladar das crianças é formado na primeira infância até os 3 anos. Mesmo que não aceitem alguns alimentos inicialmente, os adultos devem insistir com verduras, legumes, carnes, ovos, peixes e frutas”.

Ainda conforme a nutricionista, a pandemia da COVID-19 também agravou a situação e teve impacto na alimentação dos pequenos. “A maior parte delas ficaram sedentárias dentro de casa, sem fazer qualquer atividade para gastar energia. Essa rotina alterada afetou também a saúde mental e bem-estar deles, ocasionando ansiedade. Assim, muitos costumam descontar na comida e acabam ingerindo uma maior quantidade do que o necessário”, finaliza.

Problema superado

A dona de casa Bárbara Nogueira conta que o filho Giovani, de 12 anos, sofreu com o problema. “Quando ele estava com 9 anos chegou a pesar 57 quilos. Eu sempre o achei uma criança mais fofinha que as outras, mas nunca pensei que fosse um problema de obesidade infantil. Levei o Giovani a uma nutricionista que recomendou uma mudança drástica na alimentação”.

Bárbara revela que cortou totalmente o refrigerante e o chocolate da rotina do filho. “No início foi difícil, mas ele acabou aceitando substituir o item pelo suco. Aos poucos também fui introduzindo alguns alimentos na dieta como cenoura, brócolis, alface e tomate. Depois de um tempo, ele parece outra pessoa. Emagreceu 20 quilos e melhorou a sensação de cansaço toda vez que fazia alguma atividade física”, relata.

Muitos pais ou responsáveis demoram a perceber o problema. “Nunca me preocupei muito com a situação, mas notei que tinha algo errado quando as roupas das amigas de mesma idade não serviam na minha filha”, relata Janaína Souza, mãe da Fernanda, de 8 anos. Ela afirma que após identificar a obesidade fez uma reeducação alimentar em toda a família. “Deixamos de comer pizzas e evitamos alimentos industrializados e fritos, como frango empanado”.

Janaína conta que a filha tinha uma rotina sedentária. “Ela comia por ansiedade pensando na próxima refeição. Passava o tempo assistindo televisão ou brincando no computador, sempre acompanhada de um copo de refrigerante e biscoito recheado. Devido ao sobrepeso, Fernanda desenvolveu problemas de saúde, como colesterol alto e intolerância à glicose. Atualmente, faz acompanhamento médico e segue uma rigorosa dieta”.