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As conquistas das mulheres

De acordo com a advogada e consultora de direitos e políticas públicas de mulheres, Renata Bravo, vai demorar cerca de 120 anos para que o sexo feminino consiga atingir a paridade de gênero na política partidária.

No entanto, ao longo dos últimos anos no Brasil e no mundo, constatam-se lutas hercúleas na conquista de mais espaço para as mulheres. Assim, é necessário reforçar que a presença feminina é fundamental em todas as esferas sociais e, claro, isso inclui a política.

Na entrevista concedida ao Edição do Brasil, Renata constata que, no Congresso Nacional, apenas 15% dos parlamentares são mulheres, isso no âmbito da Câmara Federal, pois, no Senado, esse número diminui para 14%. Ela lembrou, inclusive, que até 2015, sequer havia banheiro feminino na Câmara Alta. Aqui, em Minas, na década de 1990, existia a mesma situação na Assembleia Legislativa, quando a então deputada Vera Coutinho precisou fazer memoráveis protestos até conseguir mudar esse panorama.

De todo modo, é bom ressaltar que, de um tempo para cá, os partidos políticos são obrigados, por força da lei eleitoral, a reservarem uma média de 30% das inscrições para candidatas do sexo feminino no que se refere às eleições. O problema é que a norma nem sempre é levada a efeito diante das dificuldades de filiação de nomes competitivos e popularidades suficientes perante a sociedade.

Para reverter esse cenário, as mulheres terão que lutar em conjunto por mais absorções em todos os setores, inclusive no que se refere a cargos públicos. Destaca-se, no entanto, um fato: hoje, grandes empresas, especialmente multinacionais, têm preferido contratar executivas para comandar seus negócios, isso tanto no Brasil quanto no mundo.

As mudanças têm ocorrido aos poucos, mas preferindo ser mais otimista espero ter transformações substanciais em um tempo menor do que foi projetado por Renata. É urgente ter mais mulheres nas Forças Armadas, nos debates públicos, ambientes de trabalho e, também, nos esportes, onde a rigor, o Brasil já começa a despontar um pioneirismo no que diz respeito aos times femininos. Enfim, o desejo é que haja conquistas em vários níveis e que não seja preciso mais de um século para que elas ocorram efetivamente.