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Preços exorbitantes

Já está na boca do povo o retorno da espiral inflacionária que, segundo os especialistas da área, passa de 10% ao ano. Quem já trabalhava nas décadas de 1980 e 1990 se lembra dos percalços ocasionados pela hiperinflação que, em determinado momento, beirava 60%, gerando total descontrole da economia.

No discurso de ontem e de hoje, a culpa pelo retorno à inflação começa, diz os doutores em economia, pela elevação dos preços das tarifas públicas: energia, água, esgoto e também pelo preço do combustível, que no Brasil é definido pela Petrobras.

Contudo, em Brasília, os comentários apontam para uma conveniência do governo no que se refere às vantagens de uma inflação sem controle, ou seja, acima das metas dos 4,5% ao ano. Os economistas têm dito que os impostos, com a elevação dos pagamentos efetivados, nas bombas de gasolina acabam resultando em uma enorme arrecadação, cuja fatia é dividida entre estados e União.

Na verdade, todos falam sobre a necessidade de controlar essa oscilação. Mas, para além disso, surgem os “espertos de plantão”. O trabalhador não tem como adotar qualquer política para reter o pico inflacionário. Isso cabe a quem domina o outro lado, o segmento empresarial é um exemplo.

Veja a situação de momento referente a um tema, aparentemente, banal: a compra de material escolar de 2022. Segundo o site Mercado Mineiro, alguns itens estão 132% mais caros em relação aos valores do início da pandemia de COVID-19. No levantamento realizado em vários estabelecimentos da região metropolitana de Belo Horizonte, constatou-se custos acima de 100% para a aquisição de tesoura, caixa de giz, mochilas, borracha e cadernos brochurão de capa dura (98 folhas).

Por tudo que já foi explanado, fica claro que são muitos os interessados em levar vantagens com esse cenário. Desse modo, resta ao consumidor se desvencilhar desses exploradores. Até porque, quando se trata de negócios, ninguém se preocupa com inflação, preços exorbitantes, etc. Acaba que a volúpia pelo lucro fala mais alto, principalmente em tempos tão difíceis quanto o que estamos vivendo desde o começo da crise sanitária mundial.