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51% dos gamers no Brasil jogam mais de 20 horas por semana

A pandemia é apontada como o principal motivo para o crescimento do tempo dedicado ao passatempo | Foto: Pexels/Tima Miroshnichenko

Há tempos, jogar videogame deixou de ser apenas uma diversão e passou a ser encarado até mesmo como uma profissão. Pesquisa realizada pela Prota Games, produtora de conteúdo sobre jogos no país, mostrou que 51% dos amantes deste universo passam mais de 20 horas por semana à frente dos jogos eletrônicos, seja no computador ou nos consoles.

De acordo o levantamento, que ouviu 4.100 pessoas durante o mês de outubro deste ano, outros 20% afirmaram jogar de 5 a 10 horas por semana, enquanto 10% responderam que destinam de 10 a 15 horas semanais aos videogames. Apenas 9% disseram praticar até 2 horas por semana, e 8% ficam entre 10 e 15 horas.

A pandemia é apontada como o principal motivo para o crescimento do tempo dedicado ao passatempo. A 8ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), levantamento anual sobre o consumo de jogos eletrônicos no país, revela que 75,8% dos gamers brasileiros afirmaram jogar mais durante o período do isolamento social provocado pela COVID-19.

“Somente em nossos canais do YouTube, onde ensinamos técnicas profissionais e dicas, passamos a registrar um crescimento médio de 110% de audiência ao mês, desde o início da crise sanitária. Quem gosta de jogar passou a gostar mais, sem dúvidas, pois o tempo para se dedicar ficou maior. E a própria pesquisa mostra que não é só pelo lazer, já que uma parcela considerável afirmou que deseja seguir carreira profissional, seja como jogador, desenvolvedor e outros postos”, afirma Paulo Rizzo Jr., diretor de operações da Prota Games.

Ainda de acordo com ele, os principais jogos consumidos no Brasil são Minecraft, Free Fire, Roblox e League of Legends e Fortnite. “Hoje, o universo gamer no Brasil é de 95 milhões de pessoas”, acrescenta.

Segundo o levantamento, ao serem perguntados sobre suas ocupações, 41% disseram que estudam no momento. Já outros 25% afirmaram que estão em busca de se tornar um gamer profissional. Apenas 3% estão trabalhando, e outros 2% alegam que trabalham e estudam. Cerca de 29% não especificaram, mas responderam que não se encontram em nenhuma dessas situações.

Rizzo destaca que essa parcela robusta da população não vê nos videogames apenas diversão, mas formas de conseguir uma renda. “A principal forma de monetização do hobby é a criação de conteúdos relacionados aos jogos em plataformas de streaming e YouTube, mas existem jogadores que monetizam suas habilidades por meio de coaching – treinador de videogame – dando aulas para quem quer melhorar nas partidas. Também é possível conseguir uma renda mediante o desenvolvimento de softwares. Mais recente ainda, também já existem games que são pay to win, ou seja, a pessoa consegue converter o dinheiro da economia do jogo para a moeda real”, explica.

Chegar a um patamar profissional nos próximos anos é o principal objetivo do estudante Fernando Silva, 24. “É desafiador frente a concorrência feroz no mercado. Há gamers que são verdadeiros influencers e existe um respeito dentro da comunidade com quem consegue fazer dos jogos uma profissão. Além disso, o dinheiro é muito bom porque é possível ganhar em dólar. São valores que representam uma independência financeira”.

Em relação à expectativa para o próximo ano, Rizzo é otimista. “Jogos cuja economia tem correlação com o dinheiro real vão explodir. Acredito que vão se tornar cada vez mais populares e que videogames mais tradicionais se adaptem a esse tipo de possibilidade”, finaliza.