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Mercado de seguros cresceu 19,8% no primeiro semestre

Mercado de seguros brasileiro continua crescendo acima de qualquer outro setor da economia | Foto: reprodução/internet

Apandemia de COVID-19 ocasionou grandes mudanças em diversas áreas da economia no ano passado. Nesse cenário, o mercado de seguros brasileiros também foi afetado e mudou rapidamente as necessidades, hábitos e expectativas dos consumidores. No entanto, o setor se mantém otimista e confirma recuperação no primeiro semestre de 2021, com crescimento de 19,8% e arrecadação de R$ 145,1 bilhões.

Os dados são da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) e não incluem seguro saúde e Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat). As receitas superaram a do segundo semestre de 2019, período pré-pandemia, quando atingiu R$ 144,7 bilhões. De janeiro a junho, os destaques foram o segmento de cobertura de pessoas, que inclui vida e previdência, cuja arrecadação evoluiu 23,7%, seguido pelos ramos de danos e responsabilidades (15,4%) e títulos de capitalização (8,4).

E os números do segundo semestre de 2021 podem ser ainda mais otimistas. De acordo com a última edição do Índice de Confiança do Setor de Seguros (ICSS), 82% dos seguradores, 59% dos corretores e 60% dos resseguradores afirmaram que haverá um cenário “melhor” nos próximos meses. Nenhum dos entrevistados projetou uma queda no faturamento do ramo neste ano.

O segmento patrimonial aumentou 20,7%, e o de seguro residencial teve crescimento de 19,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O seguro habitacional também teve evolução de 12,5% e o seguro rural de 37,9%.

Ainda conforme os dados da CNSeg, a parcela de coberturas de pessoas subiu a arrecadação em 16,3% no semestre. Os seguros de transporte também tiveram incremento de 34,1% em 6 meses. O seguro de responsabilidade civil surpreendeu com alta de 37,4%. “Esse último ganhou proporção por conta de processos judiciais. Por exemplo, muita gente que entra na Justiça contra o fornecedor que não entregou a mercadoria ou por paralisação de atividades”, comenta o presidente da entidade, Marcio Coriolano.

O dentista Alexandre Carvalho teve sua casa furtada duas vezes em menos de 6 meses. “Ela estava vazia e os bandidos arrombaram a porta, reviraram os moveis e levaram vários objetos de valor. O prejuízo da primeira vez foi de R$ 7 mil. Já na segunda, mesmo com os equipamentos de segurança instalados, conseguiram entrar na residência e levaram cerca de R$ 3 mil”.

Por indicação de amigos, decidiu procurar cotação de um seguro residencial que tivesse cobertura contra furto. “Eu imaginava que o valor seria bem alto, mas me surpreendi enquanto fazia a busca de uma empresa de qualidade. O custo mensal que pago é de R$ 47. É um dinheiro desembolsado que você não percebe retorno imediato. Caso aconteça um furto novamente, a apólice de seguro tem cobertura e o prejuízo será muito menor”, afirma.

A coordenadora pedagógica Luciana Garcia pretende viajar para o México em setembro e contratou um seguro viagem. “Pesquisei muito os preços antes de fechar um negócio. Para entrar no país não é obrigatório ter o documento, mas nunca se sabe o que pode ocorrer. Não conheço bem o sistema de saúde de lá e pagar hospital particular pode me custar um bom dinheiro”.A coordenadora pedagógica Luciana Garcia pretende viajar para o México em setembro e contratou um seguro viagem. “Pesquisei muito os preços antes de fechar um negócio. Para entrar no país não é obrigatório ter o documento, mas nunca se sabe o que pode ocorrer. Não conheço bem o sistema de saúde de lá e pagar hospital particular pode me custar um bom dinheiro”.

Ela conta que pretende ficar no país por cerca de 15 dias. “É a primeira viagem internacional que vou fazer. Muitos disseram que o seguro não é tão necessário, mas é melhor garantir. Vou pagar R$ 720, mas o serviço inclui as despesas médicas hospitalares no caso de diagnóstico por COVID-19. Tem também cobertura se acontecer extravio da minha bagagem. Esses dois pontos foram os mais importantes para fechar o pacote”.

Expansão e recuperação

O resultado do ano revela expansão de 12% da arrecadação, similar à do período pré-pandemia. “Desde maio de 2020, o mercado tinha recomeçado a crescer. Agora, já estamos comparando com taxas do ano passado que haviam voltado a subir. O desafio é saber se a demanda por produtos de seguros vai continuar desenvolvendo ou se vai estacionar. No primeiro caso, a tendência é fechar o ano com dois dígitos. Todo mundo segue preocupado com a proteção de seguros. Acho que tem tudo para ir para um patamar superior ao que tivemos até o momento”, diz o presidente da CNSeg.

Ela destaca que o mercado brasileiro continua crescendo acima de qualquer outro setor da economia. “Tem um efeito importante aí para a população que está comprando mais seguros do que qualquer outro serviço. O desempenho de 2021 vai depender ainda da vacinação, do comportamento da inflação, que já acumula alta de 8,4% em 12 meses, e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, conclui.