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Mais de 60% dos consumidores gerenciam finanças pela internet

Dados de uma pesquisa global realizada pela ESET sobre tecnologia financeira mostram como os consumidores têm lidado com seu dinheiro. Segundo a análise, quase dois terços (62%) utilizam algum aplicativo ou plataforma financeira para gerenciar as finanças pessoais.

De acordo com as informações do relatório, 57% da população usa apps bancários mais do que antes, enquanto que 21% estão mais interessados em administrar o capital. Uma em cada cinco pessoas entre 18 e 44 anos começou a utilizar bancos exclusivamente on-line devido ao isolamento. Além disso, um em cada 10 consumidores recorreu a uma plataforma de financiamento pela primeira vez em 2020.

Ainda que os dados sobre riscos potenciais sejam considerados escassos, o nível de confiança é alto: 58% dos entrevistados acreditam que seu dinheiro e contas estão seguros ao usar carteiras digitais. Da mesma forma, 50% dos que usam apps também se consideram protegidos e 48% dos que comercializam também confiam nas plataformas.

A especialista em segurança de TI da ESET América Latina, Martina Lopez, explica que a internet traz vantagens na hora de investir e que a principal é a oferta de serviços disponíveis. “Existe a possibilidade de diversificar as necessidades em diferentes empresas e sem intermediários. Além disso, ainda é possível consumir produtos de qualquer lugar do mundo com apenas um clique”.

Assim como qualquer tendência cibernética, o número de adeptos está aumentando. “Embora ainda exista desconfiança, uma parte crescente da população está começando a relegar as atividades financeiras ao conforto de seu computador ou dispositivo, afinal, estamos vivendo uma pandemia global”.

Com a crise sanitária, o serralheiro Alberto Morais, 62, começou a controlar suas finanças por meio de apps. “As pessoas se tornaram mais virtuais, alguns clientes não queriam pegar em dinheiro com medo de se contaminarem e, com isso, acabaram optando pelo pagamento em cartão”.

Com a ajuda do neto, ele conseguiu mexer e baixou o aplicativo do seu banco. “Estou aprendendo a colocar as contas em débito automático e a pagar alguns boletos. Isso tem me poupado tempo e, claro, me deixado mais seguro, pois não preciso correr o risco de aglomerar na fila de uma lotérica”.

Confiável?

Martina diz que existem sim serviços financeiros confiáveis, que resultam de uma virtualização das instituições financeiras que tem uma reputação sólida. “No entanto, é vital consultar o fornecedor ou fabricante do serviço ou produto que vamos consumir”.

Os dados, inclusive, mostram que apenas 17% dos entrevistados se consideram suficientemente informados sobre os riscos dessas plataformas. “Essa desinformação pode ser perigosa. Devemos lembrar que estamos lidando com temas delicados como finanças e em um ambiente onde as informações circulam rápido. Por não sabermos o alcance desses dados, que podem escapar de nossas mãos, podemos ser vítimas de ataques, roubos ou golpes em um piscar de olhos”.

Para evitar fraudes, Martina orienta sobre a importância de verificar a origem de cada serviço. “De qual empresa eles vêm? Procure também avaliações on-line e não confie cegamente em uma companhia. É preferível que utilizemos serviços de boa reputação e ampla opinião para evitarmos riscos. Escolha senhas fortes e exclusivas, além de usar a autenticação de fator duplo, se possível. No caso de a pessoa optar por não continuar a utilizar um serviço ou aplicação que tenha se registrado, é fundamental eliminar a conta e os dados armazenados”, finaliza.