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Grandes farmácias cresceram quase 40% em ano de pandemia

Em um ano de grandes preocupações e incertezas econômicas para empresários dos mais variados setores, o mercado farmacêutico vibrou. Dados da Farmarcas, responsável por administrar 11 grandes redes de drogarias, apontam que o grupo cresceu 38,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Juntas, essas farmácias faturaram R$ 3,84 bilhões em 2020.

Os números impressionam, mas fazem jus a um mercado de gigantes. Levantamento da IQVIA mostrou que, no geral, o varejo farmacêutico brasileiro expandiu 15,6% com rendimentos de R$ 139,37 bilhões. Em 2019, esse valor foi de R$ 120,54 bilhões.

As cifras bilionárias são esperadas pelo segmento que já projetava crescimento entre 30% e 40% e que, mesmo em meio a uma pandemia e uma série de restrições para conter a COVID-19, conseguiu manter a média calculada.

Na avaliação de Edison Tamascia, presidente da Farmarcas e da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), devido à necessidade de as pessoas ficarem em casa, o delivery foi um diferencial e um dos pilares do setor em 2020. “Mas é importante distinguir esse tipo de venda do e-commerce”. As entregas podem utilizar ferramentas mais simples como telefone e WhatsApp. Essa realmente foi uma readequação necessária. Tivemos que nos reinventar em muitos pontos, até na estrutura das lojas. Não tínhamos delivery em algumas das redes, mas do nada vem um vírus e determina que ‘se não entregar vai perder faturamento’. Em 15 dias montamos uma estrutura de entregas e que está funcionando muito bem”, relata.

Ainda segundo Tamascia, outro ponto favorável às redes foi a cultura já crescente de virtualização dos negócios. “Mesmo com o distanciamento social, intensificamos a aproximação com nossos associados e um facilitador foi que já tínhamos naturalmente a digitalização dos processos, possibilitando que os impactos fossem muito menores para gestão dos estabelecimentos. Além disso, mesmo com todas as dificuldades, registramos um número alto de abertura de lojas”, diz. Só no ano passado, 190 farmácias foram implantadas no país pelo aglomerado. O objetivo do grupo é inaugurar mais 300 até o fim deste ano.

De acordo com o presidente da federação, a projeção para 2021 é manter o crescimento acima de 30%. “Para o mercado como um todo a expectativa é que se mantenha o aumento de dois dígitos, mas nada muito acima dos 10%. Para as associadas, as expectativas são grandes para 2021, primeiro é terminar o ano com 1.500 lojas. Outro ponto é fazer com que o faturamento cresça 30% em relação ao período anterior, mantendo o lucro dos estabelecimentos superior a 10%”, crava Tamascia.

Mais vendidos

Um ponto de destaque no consumo dentro das farmácias no ano passado foi o de suplementos. Segundo os dados da IQVIA, a procura na busca pelas cápsulas vitamínicas cresceu 47,9% em todo o mercado. Só nas redes da Febrafar, as vendas da categoria dispararam em 60,9%.

“As áreas de destaque foram suplementos, vitaminas, relaxantes e antidepressivos, fato facilmente explicável diante do momento que vivemos. Em nossas lojas, tivemos também um crescimento bem consistente na venda de não-medicamentos, graças a um apurado trabalho de gerenciamento de categorias. Durante o ano de 2020 foi e ainda é muito discutida a importância de cuidar ainda mais do sistema imunológico, fazendo com que muitos brasileiros procurassem se prevenir por meio desses produtos”, conclui Tamascia.