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Câncer de pele corresponde por quase 30% dos tumores malignos no Brasil

Na semana em que acontece o Dia Mundial de Combate ao Câncer (04/02), levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, aponta que o câncer de pele é o mais frequente no mundo, sendo que apenas no Brasil corresponde a 27% de todos os tumores malignos diagnosticados. Os dados alertam para os cuidados com o órgão em um país tropical com fortes ondas de calor.

De acordo com o Inca, a pele pode apresentar dois tipos da doença: melanoma e não melanoma. Esse último representa, em média, 30% dos diagnósticos malignos, já o melanoma corresponde por 3% das neoplasias malignas do órgão, sendo a forma mais grave, devido à possibilidade de desenvolver metástase e levar o paciente a óbito. Segundo o instituto, a cada ano são diagnosticados cerca de 177 mil novos casos do tipo menos agressivo, sendo 83.770 em homens e 93.170 em mulheres.

A exposição excessiva ao sol e a falta do uso de filtro solar, principalmente na infância e adolescência, são os principais fatores de risco para desenvolver a patologia. Além disso, ter pele e olhos claros, ser albino, ter vitiligo, possuir histórico da enfermidade na família e fazer tratamento com medicamentos imunossupressores também são condições que aumentam o risco de desenvolver a doença.

“A infância é o período da vida mais suscetível aos efeitos danosos da radiação UV, que se manifestam mais tardiamente na fase adulta sob a forma de câncer de pele. Portanto, se levarmos em conta que a radiação solar tem efeito cumulativo, a prevenção deve se iniciar com os bebês, evitando a exposição ao sol nos horários de risco e pelo uso de produtos específicos para a faixa etária”, explica Ana Cristina Pinho, diretora-geral do Inca.

Prevenção e tratamento

Considerado um câncer de bom prognóstico, a taxa de cura da doença pode chegar a 90% se detectada no início. Para isso, a orientação do Inca é que cada um fique atento às pintas no corpo, ao surgimento de novas manchas na pele e alterações em marcas já existentes.

“É necessário buscar um especialista quando encontrar mudanças em uma lesão ou pinta suspeita. Para diagnóstico, utilizamos o método conhecido como ‘ABCDE’. A de assimetria, ou seja, quando uma parte da lesão é diferente da outra; B de borda, para checar se há irregularidades no contorno; C de cor para verificar se existem cores diferentes na mesma pinta ou lesão; D de diâmetro, para pintas maiores de 6 milímetros e E de evolução para perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor. Feridas que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas”, alerta a dermatologista Luciana Langhi.

De acordo com ela, uma das formas de diagnóstico é utilizar uma lente de aumento para verificação da mancha ou ferida. Após essa etapa, pode ser necessário realizar uma biópsia, exame em que se retira parte do tumor para que seja analisado em laboratório. No geral, informa Luciana, o tratamento mais indicado é a cirurgia, mas radioterapias e quimioterapia também podem ser utilizadas, dependendo do estágio da doença. Em caso de metástase, o melanoma é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso.