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Mercado imobiliário aponta 74% de crescimento em 2020

Um levantamento feito pela Homer, plataforma que oferece soluções tecnológicas para corretores de imóveis em todo Brasil, apontou que a pandemia não afetou o mercado imobiliário. A análise mostra que neste segundo semestre do ano, em comparação ao primeiro, 53% dos corretores notaram um crescimento de 10% a 30% nas vendas, outros 15% disseram que a alta variou entre 31% e 50%, e para 6% o aumento ficou entre 51% e 70%.

E ao que tudo indica, em 2021, o mercado deve continuar aquecido. É o que revelam os dados da pesquisa, seguindo a expectativa de venda de imóveis dos corretores. Para 60% deles, haverá alta de 20% a 50%. Já 10% acham que o aumento será de mais de 50%.

Entre os imóveis que estarão entre os mais procuradosna opinião dos profissionais do setor,residências, com espaço para home office, em regiões mais centrais, aparecem no topo da lista (45%), enquanto 43% acreditam que imóveis residenciais, longe dos grandes centros, serão os mais buscados em 2021.

Livia Rigueiral, CEO da Homer, explica que no início da quarentena as previsões do mercado imobiliário estavam bastante negativas. “Mas, mesmo em meio a tantas incertezas quanto aos impactos da COVID-19, acabamos sendo surpreendidos positivamente”. Ela acrescenta que a boa recuperação se deu com a ajuda da queda nas taxas de juros. “Como a Selic, que está em 2%, menor índice da história -, e as várias facilidades de financiamento apresentadas pelos bancos”.

Diante da instabilidade, pode-se perceber que muitos investidores voltaram a ver no mercado imobiliário uma possibilidade de investimento mais seguro, já que os títulos de renda fixa tiveram queda. “Investir em imóveis passou a ser vantajoso, com possibilidade de valorização – seja na hora da venda ou ao colocar para alugar -, e isso reflete nesse mercado”.

O aumento do segmento superou as expectativas. “Só para se ter uma ideia, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), houve um avanço de 58% nas vendas de novas unidades habitacionais em julho em comparação ao mesmo mês no ano passado”.

A perspectiva agora é a de que o ramo continue crescendo. “Passaremos por uma readaptação para nos adequarmos às novas necessidades das pessoas, mas como os preços e as condições de compra estão muito atrativos, muita gente vai aproveitar para investir na casa própria ou num imóvel como forma de guardar dinheiro e lucrar”.

Livia informa que com taxas mais baixas, os financiamentos ficaram mais acessíveis aos consumidores e isso democratizou a compra de um imóvel, apesar dela ser considerada um alto investimento. “Pessoas que antes não imaginavam que poderiam sair do aluguel, hoje conseguem planejar e efetuar a compra da casa própria. Os valores ficam mais em conta, sem aquela sensação de no fim do financiamento ter pagado por dois imóveis e só receber um. E, hoje, mesmo amortizando um valor mais baixo, já é possível sonhar com imóveis melhores e maiores”.

O isolamento social fez surgir novas necessidades dentro do setor. “Por passarem mais tempo em casa, as pessoas têm procurado por imóveis maiores e confortáveis, inclusive para poder montar um escritório ou um cantinho reservado para o home office”.

A possibilidade do trabalho remoto se estender e virar rotina, após a pandemia, fez com que muita gente buscasse propriedades no interior. “O que, em minha opinião, deve continuar acontecendo, diferente do que ocorria antigamente, quando as pessoas queriam estar nos grandes centros”.

Para quem deseja se organizar para comprar um imóvel, a dica da especialista é buscar a consultoria de um corretor de imóveis. “Isso irá ajudar a pessoa a definir que tipo de imóvel, local e faixa de preço se enquadram na sua realidade e atendem suas necessidades”.

Após a escolha, outros passos precisam ser seguidos. “É importante ficar atento às taxas oferecidas pelos bancos antes de financiar e escolher a opção de correção que melhor se encaixa no seu orçamento, levando em consideração o prazo de comprometimento de sua renda. Não adianta pular de alegria agora ao conquistar a casa própria e depois ter dor de cabeça por não conseguir pagar”, conclui.