Home > Geral > 55% das famílias que planejavam ter filhos desistiram por causa da pandemia

55% das famílias que planejavam ter filhos desistiram por causa da pandemia

Incerteza parece ser uma palavra adequada para resumir 2020. As dúvidas e receios trazidos pelo novo coronavírus alteraram planejamentos em diversos âmbitos, inclusive familiar. É o que mostra uma pesquisa feita pela Famivita. Segundo a análise, 55% dos casais que planejavam ter filhos este ano desistiram por causa da pandemia.

Os os resultados ainda apontam que essa alteração de planejamento afetou, principalmente, as famílias que perderam renda durante a crise sanitária. Destas, 65% desistiram do desejo de ter filho em 2020.

Outro ponto é que 60% das mulheres que já estavam grávidas também tiveram que fazer alterações devido à mudança drástica de planos diante de uma pandemia. Já 46% das mulheres que estavam tentando engravidar não pretendem gestar um bebê nos próximos 12 meses.

É o caso da professora de inglês, Maria Fernanda Ribeiro, 29, que se programava para engravidar em 2020. Ela conta que começou a se organizar ainda no ano passado e que desistiu quando a pandemia estourou no Brasil. Maria e seu marido ainda tiveram que fazer alguns cortes no orçamento, pois ambos tiveram o faturamento mensal afetado. “Perdi vários alunos que não se adaptaram as aulas on-line. Meu marido é vendedor comissionado e teve uma redução consistente nas comissões, sendo assim, o desejo de ter um filho ficou para depois”.

O principal receio do casal é a doença em si e o medo de não conseguir arcar com as despesas de uma criança. “Não quero trazer um filho ao mudo para passar dificuldades. Além disso, temo contrair o vírus e ter uma gravidez complicada por consequência disso. Diante desse cenário, preferimos adiar para o segundo semestre do ano que vem ou para 2022”.

O medo de se infectar foi um fator que levou os casais a adiarem os planos de terem filhos. Contudo, a porta voz da Famivita, Caroline Virgilli, afirma que a questão financeira também teve um peso grande. “Muitas famílias perderam renda e sustentar um lar, principalmente com um bebê não é tarefa fácil”.

Para ela, a incerteza fez com que muitas mulheres pulem 2021 e projetem o desejo de ter filhos para 2022. “O fato de não sabermos em quanto tempo teremos uma vacina disponível para todos deixa muitas dúvidas. Agora começou a segunda onda em alguns lugares e tudo isso aumenta ainda mais a incerteza do amanhã”.

Planejando

Caroline acrescenta que o melhor é se cuidar, por mais difícil que isso seja. “As mulheres precisam estar bem para conseguirem engravidar e cuidar da saúde é muito importante. Assim, quando chegar a hora, estarão preparadas. Além disso, o casal pode procurar novas fontes de renda e aproveitar para guardar dinheiro para a gravidez e após o nascimento do bebê”.