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Câncer de próstata vai atingir mais de 65 mil brasileiros no próximo ano

O penúltimo mês do ano é marcado pela campanha Novembro Azul, que visa conscientizar os homens acerca de sua saúde. A ideia promove ainda a prevenção de doenças como o câncer de próstata que é o tipo mais comum entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos.

O câncer de próstata é ainda o segundo tipo que mais mata homens no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam para 65.840 novos casos a cada ano entre 2020 e 2022. Indivíduos com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade estão mais propensos à patologia.

O médico cirurgião geral e urologista, Pedro Henrique Sá, explica que o mal acomete a glândula que produz o fluido seminal e é prevalente a partir dos 50 anos. “Confirmando o tumor, a cirurgia é indicada. No entanto, antes da biópsia, é preciso realizar alguns procedimentos: o toque retal; o exame de sangue (PSA); e, em alguns casos, uma ressonância”, orienta.

O urologista esclarece que a prevenção é o melhor caminho no que se refere ao câncer de próstata, isso porque a enfermidade só dá sinais em fase avançada. “No início, ela não traz sintomas, contudo, a descoberta precoce favorece na cura e diminuição dos efeitos colaterais da cirurgia, principalmente nos chamados problemas funcionais, que é a incontinência urinária e a impotência”.

Ele afirma que homens que não têm histórico familiar devem começar a prevenção aos 50 anos. “A partir daí a periodicidade pode ser anual ou de 2 em 2 anos. Depois dos 60 anos, tem que ser todo ano. Já os pacientes com histórico precisam de mais atenção e cautela. Quando há casos na família, o indicado é começar a prevenção aos 40 e que ela seja anual”.

O especialista ressalta que têm casos em que o médico solicita exames adicionais, como um ultrassom e o P2 PSA, específico para orientação da biópsia.

Frente a frente com o câncer

Há 10 anos, o contador Nadson Moreira perdeu o pai de 63 anos para o câncer de próstata. Ele recorda que, na época, o preconceito ainda existente em relação ao exame de toque era muito maior do que é hoje. “Cuidar da saúde não era coisa de homem, para alguns, ainda não é. Por causa de um tabu descabido perdi meu pai. Ele descobriu a doença tarde. E lembro do médico dizer que, talvez, o tratamento não desse resultado”.

Mesmo não tendo completado 40 anos quando o câncer levou seu pai, Nadson não hesitou em procurar um médico. “Tive medo, tenho duas filhas e fui fazendo o controle desde então até que, há 2 anos, recebi o diagnóstico positivo. Descobri a doença em estágio inicial, fiz a cirurgia e algumas sessões de radioterapia e me curei, mas o susto foi grande”.

Ele acrescenta que o diagnóstico parece um atestado de morte, mas que preconceito não vale a pena. “Portanto, homens, cuidem da saúde, façam exercício físico, comam bem e, principalmente, visitem o médico sem medo e tabu”, finaliza.

Tratamento

O urologista explica os tipos de tratamento utilizados atualmente. “O câncer pode ser tratado por meio de cirurgia, tanto aberta quanto o que chamamos de laparoscópica, que é menos invasiva. Pode ser feita também a braquiterapia, hormonioterapia e, ainda, a quimioterapia para casos mais avançados”.