Home > Editorial > O eleitor e o candidato

O eleitor e o candidato

Pelos idos de 1914, já se registravam várias teorias fazendo referência à democracia. À época, o dúbio Benito Mussolini já era partidário da tese, desde que as diretrizes emanadas dessa postulação se apropriassem à ingerência fascista plena, para facilitar a propagação dos ditames na velha Itália. E, caso as coisas estivessem sob a sua míope e centralizadora ótica, tudo certo.

Nestas circunstâncias, poderia existir a democracia e, mesmo assim, se ela fosse comandada e organizada de forma totalitária, por meio de partido único centralizando todas as decisões a serem submetidas ao seu crivo pessoal.

Outrossim, a plena democracia, imaginada e iniciada há dezenas de anos, foi um conceito dos pensadores gregos, e como afirmam os historiadores mundiais, essa concepção relacionada ao aludido tema continua sendo a melhor maneira de escolha dos governantes pelo mundo. “Se há algo mais proativo, mais significativo, ainda não foi colocado em prática”, costuma dizer o filósofo brasileiro Mario Sérgio Cortella.

Agora, no limiar deste período de debate relativo às eleições municipais de 2020, todos nós, sem distinção de cor, raça e religião, devemos manter a tranquilidade na hora escolher em quem votar dentre os mais de 5 mil prefeitos e milhares de vereadores pelo Brasil, pois a eles caberá a responsabilidade de comandar os nossos municípios. É sempre bom destacar que depois desta verdadeira guerra biológica, todos vão trilhar o caminho de um “novo mundo”. Tudo será diferente entre os nossos habitantes depois da pandemia.

Propomos a cada cidadão e cidadã que deem o máximo de seus esforços, com o desígnio de usar essa arma poderosa, o voto, instrumento propulsor e garantidor da preservação da democracia, aquela planejada pelos gregos, outrora. Assim, esse grau de civilidade vem sugerir que tenhamos uma postura coadunaste aos passos a serem seguidos pelos dirigentes políticos/administrativos dos próximos anos. Roga-se que a escolha dos prefeitos e de vereadores aconteça em um ambiente de harmonia, sem posicionamentos bruscos, como convém a uma situação como a de agora, onde a nossa fragilidade como seres humanos está sendo colocada à prova, inclusive, porque esse germe é medonho, sem fronteiras e efetivamente avassalador.

Nesta busca pelo “novo normal”, diante de milhares de casos de contágio por conta da COVID-19, propõe-se que vá para bem longe os pensamentos dos espertalhões de plantão. Muitos desses senhores são capazes de tudo para conquistarem vantagens. Não seria de bom tom envolver pandemia com política/eleição. Essa simbiose não sendo bem administrada em favor da população, conduzirá um fim triste ao político aproveitador, pois assim ele estará se transformando em verdadeiro “Hidra de Lerna”, valendo-se da situação de convalescência dos brasileiros sobreviventes dessa moléstia tão daninha, priorizando suas agendas particulares à procura de poder e riquezas.

A propósito, terá início o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão nos próximos dias. Será necessário que todos prestem atenção no comportamento dos candidatos, especialmente nas cidades maiores, onde os postulantes ao cargo de prefeito fazem de tudo para aparecer junto aos seus seguidores.

É ridículo fazer campanha em cima de cadáveres, molestando e pisoteando, diminuindo os sentimentos de quem já se encontra abalado na sua condição física. Apostar na postura psicológica também seria uma covardia de incomensurável monstruosidade, algo efetivamente abominável. Basta o eleitor fazer um teste: se o candidato não se importa com a vida do seu semelhante, hoje, diante o fenômeno desse germe exterminador, por certo não terá a simples condição para te representar na condução e nos conselhos do cotidiano da vida pública.