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Eleição x Fake news

Em meio às desventuras cotidianas diante de um quadro de crise sanitária mundial, os brasileiros se prepararam para irem às urnas em breve, com o intento de eleger mais de 5 mil prefeitos e milhares de vereadores de Norte a Sul do país, em uma singular festa da democracia, cuja cena venha ser permitida apenas para quem respira liberdade de opinião, de expressão e de imprensa. Com certeza, em outras localidades, onde o autoritarismo predomina, a realidade é bem diferente. As justificativas de administradores sem escrúpulos, ao lado de ditadores, é a falta de ambiente apropriado para se realizar uma mobilização popular, por conta da necessidade de se evitar aglomerações, como se essa realidade fosse preponderante. Mas tudo não passa de concebidas desculpas preconizadas pelos oportunistas de plantão.

Neste próximo dia 16, termina o prazo para a realização das convenções partidárias, destinadas à escolha de nomes que irão concorrer ao pleito. A partir de então, os pretendentes aos postos já podem realizar atos de campanha, sem se preocupar com os rigores da lei. Aliás, somente para ficar registrado para as futuras gerações, as aludidas convenções já vêm sendo realizadas desde o dia 31 de agosto de forma on-line e sem transtorno algum, especialmente nas grandes cidades.

Agora, a expectativa fica por conta dos debates referentes às campanhas. Roga-se a todos, o bom senso. Afinal, até então o horário gratuito no rádio e na TV sempre serviu de palco para manifestações, várias delas pouco republicanas. Pelo contrário, os eleitores se acostumaram a assistir acometimentos verbais entre os postulantes, muitas vezes com falas de baixo calão e denúncias sem comprovação. Um verdadeiro festival de besteirol. O ideal é usar o espaço concedido pela Justiça Eleitoral com a finalidade de apresentar propostas de administração e um currículo pessoal demonstrando a aptidão pública de cada um, em vez de se engalfinharem de maneira excêntrica.

Nesta época de comunicação virtual a responsabilidade dos atores políticos é ainda maior. Por exemplo, o execrável uso das redes sociais para fins não proativos tem sido uma realidade aqui e no mundo inteiro. Em muitas oportunidades o efeito é contrário, devido à disseminação de todo tipo de manifestação. Agora, em se tratando de eleição, não se deve permitir espalhar as degeneradas fake news. Isso sim poderia ser interpretado como um ato de irresponsabilidade de seus autores, especialmente por ser um tema relevante, cuja finalidade é escolher os legítimos representantes da população que terão a responsabilidade de gerir o cotidiano de milhares de votantes.

A indispensável civilidade e o elevado grau de urbanidade são adjetivos que fazem parte deste contexto, no momento em que a população mundial está sendo convidada a reinventar o “novo mundo”, por conta de um germe invisível, porém letal, que está trazendo desassossego a todos, sem distinção de coro, razão e religião. Assim, política de velhos hábitos, onde os fins justificam os meios, não deve ser levada mais a efeito. A finalidade desse evento é indicar o caminho para nortear a vida das pessoas, outrossim, sem arrogância, prepotência e dominação. Afinal, não existe mais o curral eleitoral, portanto, agressões verbais e qualquer coisa fora de moda. Abaixo os transgressores desta regra básica.