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Sensível às mudanças climáticas, pele precisa de cuidados redobrados no frio

Queda da temperatura, tempo seco, ventos e baixa umidade do ar. Apesar de ser a estação preferida de muitos, o inverno é um período que exige cuidados específicos com a pele. O maior órgão do corpo humano e um dos mais sensíveis pode sofrer duplamente com a mudança climática, já que além do ar mais seco, a tendência é de tomarmos banhos mais quentes e demorados devido ao frio, o que também é bastante prejudicial.

Muito além de revestir o corpo humano, a pele muitas vezes é nosso “cartão de visita”, visto que é a primeira característica notada quando conhecemos alguém. E uma pele ressecada pode ser identificada facilmente, como explica a dermatologista Fabiana Seidl. “Ela fica áspera, grossa, vermelha e com descamação. Em indivíduos com dermatite atópica aparecem placas esbranquiçadas cheias de pontinhos mais aparentes e ásperos, a famosa pitiríase alba. Além disso, a pele ressecada tende a coçar muito, isso faz com que o paciente venha a desenvolver infecções com mais facilidade”.

Além da combinação inverno e excesso de água quente, outros fatores como a poluição, exposição à radiação ultravioleta, rotina de cuidados inadequada, uso excessivo de sabonetes, produtos químicos, idade, genética, dieta, tabagismo, medicamentos e algumas doenças como psoríase e dermatite atópica também são apontados como possíveis causas de uma pele ressecada.

Por isso, não é só no verão que a pele precisa, por exemplo, da proteção de um bom protetor solar. “Os raios ultravioleta são contínuos, até em dias nublados, e são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele, oxidando a região e quebrando as moléculas de colágeno. Com o tempo, ela perde a elasticidade e se torna flácida, gerando as famosas rugas. Este processo pode ser potencializado pelo frio, que agride e resseca o nosso rosto. Mais um motivo para não abandonar o skincare nesta estação e não se esquecer dos cremes rejuvenecedores e do estímulo contínuo de colágeno”, explica Laís Leonor Rezende, dermatologista e especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Segundo a especialista, existem várias opções de tratamentos dermatológicos nesses casos. “Temos que intensificar a hidratação nessa época do ano, para isso existem cremes, loções, sabonetes suaves e géis de banho com alto poder de hidratação. Também existem ativos mais potentes como a manteiga de karité, glicerina, vitamina E, uréia e antioxidantes. Os dermocosméticos ajudam a restaurar a camada hidrolipídica, conferindo mais maciez e viço. Os produtos devem ser aplicados diariamente, de preferência, depois do banho ainda com a pele úmida, para haver melhor absorção das propriedades. O dermatologista poderá indicar o que é mais adequado para o tipo de pele”, ressalta Laís.

Lábios e cabelos também precisam de atenção especial nesta estação. “A pele do lábio é fina, o que ocasiona fissuras e descamação. É importante não arrancar essas ‘pelinhas’ e hidratar o local com produtos à base de lanolina, manteiga de cacau, ácido hialurônico, vitamina E, ceramidas e colágeno. Uma dica é aplicar pomada de prevenção de assadura em bebês nos lábios antes de dormir”.

No caso dos fios, é indicado dar preferência a água fria, mesmo no inverno. “Água quente tira o brilho dos cabelos, uma vez que abre a cutícula dando aspecto do frizz e ao ressecamento. Isso pode provocar a vasodilatação, ocasionando urticárias e coceiras, principalmente, em indivíduos que já têm maior predisposição para o surgimento desses problemas como a dermatite atópica, psoríase e sensibilidade da pele em geral”, esclarece.

A dermatologista também chama a atenção para a possibilidade do isolamento social “desanimar” algumas pessoas a dedicarem um tempo ao autocuidado. “Alguns sentem como se perdessem sua energia e potencialidade. Sintomas de ansiedade ou depressão parecem ganhar espaço. Recomenda-se aumentar a prática de atividades físicas, evitar o consumo excessivo de cafeína, buscar uma dieta mais saudável e prestar atenção nos cuidados consigo mesmo. É normal sentir-se triste por alguns dias. Mas, caso você comece a perceber que a tristeza sempre ocorre, religiosamente, nos mesmos períodos busque ajuda médica. A imunidade está relacionada com a autoestima. Sabemos que não podemos controlar os fatores externos, mas o autocuidado é questão de saúde física e mental. Beleza é saúde”, finaliza.