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Saque emergencial do FGTS deve injetar R$ 36,2 bilhões na economia

A economia é um dos setores que também vem sofrendo as graves consequências da crise sanitária da COVID-19. Muitos brasileiros estão desempregados, tiveram redução salarial ou estão sem renda. Para tentar amenizar esses impactos, o governo federal decidiu liberar mais uma rodada de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O acesso ao valor de até um salário mínimo (R$ 1.045), que valerá para cotistas com saldo nas contas ativas e inativas, prevê a injeção de R$ 36,2 bilhões na economia ainda neste ano.

Inicialmente, o pagamento será depositado em uma conta digital da Caixa Econômica Federal (CEF) e depois será liberado para transferência para outros bancos ou saque do dinheiro em espécie. A medida é para evitar filas nas agências durante a pandemia. Independente de quantas contas do fundo o trabalhador tiver, terá direito a fazer apenas um saque com o valor máximo de R$ 1.045. Os recursos estarão disponíveis a partir de 15 de junho até 31 de dezembro.

Caso o cotista tenha mais de uma conta do FGTS, o saque será feito primeiro da inativa (contratos de trabalho extintos), começando pela que tiver o menor saldo. Depois, o dinheiro será retirado das demais, também iniciando pela que tiver o menor valor. A expectativa é que 60,8 milhões de pessoas sejam beneficiadas. Cerca de 30,7 milhões poderão sacar todo seu recurso do FGTS, o que representa 50,5% do total.

Alívio no bolso

A notícia da liberação para saque do FGTS agradou muitos brasileiros, principalmente, quem está no aperto financeiro como é o caso da professora Jussara Ribeiro. Ela conta que não teve direito ao auxílio emergencial de R$ 600 e está enfrentando dificuldades em honrar seus compromissos. “Trabalho com carteira assinada e não atendo aos requisitos do benefício. A medida de poder usar o dinheiro do FGTS veio em boa hora. Esse valor de R$ 1.045 é pouco, mas vai ajudar bastante. A primeira coisa que pretendo fazer é quitar contas atrasadas, mas vou guardar uma parte na poupança caso aconteça alguma emergência”.

Fazer o pagamento de débitos atrasados também será prioridade para o publicitário Ramon Dias. “Dei uma descontrolada nas finanças e estou com contas pendentes do cartão de crédito. Há 2 meses venho pagando o mínimo e está acumulando dívidas. O valor não é tão alto, mas é o suficiente para me tirar o sono. Nesse período de pandemia os trabalhos diminuíram, consequentemente, minhas receitas também. O recurso extra vai me ajudar a sair do sufoco. Se sobrar algum valor pretendo gastar comprando algo para mim”, afirma.

Análise orçamentária

De acordo com o economista e especialista em finanças Leandro Martins, o dinheiro liberado pelo governo deve ser bem empregado. “Nesse momento delicado de pandemia, todos devem rever seu orçamento e optar por manter apenas os serviços de extrema necessidade. As contas atrasadas e essenciais para a sobrevivência, como água e energia, o ideal é quitar o mais rápido possível ou tentar negociar prazos maiores com os fornecedores. Isso tudo para evitar que a situação fique pior e a questão financeira ainda mais no vermelho”.

O cartão de crédito é mais um vilão que as pessoas devem ter atenção redobrada. “A melhor coisa é não fazer novos gastos. A dívida pode acabar virando uma bola de neve e comprometer ainda mais a renda em curto prazo. Veja com a operadora se tem alguma possibilidade de parcelamento ou extensão para pagamento com juros menores. Esse é um problema que não há como fugir e pode gerar restrição no Serasa”, alerta.

Mas usar o dinheiro do FGTS apenas para quitação de contas não é o mais indicado a fazer. “É sempre bom fazer uma reserva para eventuais emergências. Mesmo sendo um salário mínimo, isso é importante até para quem está conseguindo manter as contas em dia e as necessidades básicas. A gente sabe que o futuro depois que essa crise sanitária passar é incerto. Ter algum dinheiro extra é fundamental para equilibrar o orçamento”.

Para finalizar, o economista chama atenção que ter um planejamento financeiro já era necessário antes mesmo da COVID-19. “Esse problema só veio para mostrar o quanto ele é importante, principalmente, para conseguir passar por esse momento sem que haja muitos danos ao bolso. A situação forçou as pessoas a serem econômicas e a mudar todo um estilo de vida. Quem conseguir aprender a conter gastos agora poderá sair da crise ainda melhor”.

Como consultar saldo do FGTS

O saldo pode ser consultado por meio do site da Caixa Econômica Federal. Basta informar seu CPF ou NIS e a senha. Caso seja o primeiro acesso, o trabalhador precisará fazer um cadastro, preenchendo todos os campos solicitados com os dados pessoais. Em seguida, criar uma senha com até 8 dígitos, com letras e números. Você será direcionado para a tela de login novamente.

Também é possível acessar pelo celular. Na loja de aplicativos, busque por FGTS, clique em instalar e abra o aplicativo. Selecione a opção “cadastre-se” e informe os dados solicitados. A senha numérica deve ser com 6 dígitos. Você receberá um e-mail de confirmação no endereço informado. É preciso confirmar o cadastro no link que foi enviado. A plataforma é totalmente gratuita e está disponível tanto para Android quanto iOS.