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Venda pela internet cresce 47% em abril

Com as lojas físicas fechadas para evitar o contágio do novo coronavírus, os brasileiros estão procurando os estabelecimentos on-line. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Konduto, o e-commerce nacional registrou o crescimento de 47% de pedidos em abril e aumento de 18% no valor do tíquete médio, que foi a R$ 492,43 contra R$ 417,82 no início de março.

Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm, diz que o isolamento social levou o comércio eletrônico a se tornar o único caminho possível para vários setores. “Algumas pessoas que não tinham o hábito de fazer compras virtuais conheceu como funciona e passou a adotar o e-commerce. Além disso, vários segmentos que não tinham como tradição serem oferecidos na internet, como é o caso de produtos alimentícios, passaram a oferecer o delivery como alternativa para quem não quer ou não pode sair de casa”.

No início do isolamento, entre 15 e 28 de março, os segmentos que mais registraram aumento no número médio de pedidos foi o de brinquedos, com 434,7%. Em segundo lugar aparece supermercados (270,16%); seguido por artigos esportivos (211,95%); farmácia (41,56%) e eletrodomésticos (4,47%). Na contramão, as maiores quedas de pedidos foram registradas pelos setores de bebidas (76,62%); autopeças (57,95%); e livrarias (46,43%).

Na comparação dos períodos de 15 a 28 de março para 29 do mesmo mês a 8 de abril, todos os setores registraram crescimento de pedidos, exceto o de brinquedos, atingido por uma queda de 37,54%. Nessa comparação, as maiores altas foram eletrodomésticos (96,66%), cosméticos (88,02%) e moda (62,73%).

Posteriormente, na variação de pedidos entre os períodos de 29 de março e 8 de abril e 9 de abril e 25 do mesmo mês, quatro setores apresentaram queda: farmácia (10,38%), óticas (10,20), cosméticos (3,53%) e livraria (1,91%). Entre os demais, os quatro maiores crescimentos foram em eletrônicos (66,10%), bebidas (54,27%), móveis (47,59%) e moda (41,40%).

“O início do período de isolamento gerou bastante incerteza na população e isso acabou provocando, entre outras coisas, um baque no e-commerce em diversas categorias. Conforme as pessoas assimilavam a nova realidade, as vendas on-line iniciaram um processo de recuperação. Algumas categorias ainda não conseguiram retomar o ritmo de vendas de antes da pandemia, mas outros segmentos, como farmácias e supermercados, estão assumindo novo protagonismo no comércio eletrônico brasileiro. A expectativa, ao menos para as próximas semanas com extensão da quarentena e fechamento do comércio físico, é de que as vendas pela internet mantenham a curva de crescimento”, destaca Bandeira.

Questionado sobre o que esperar para o e-commerce após o fim da quarentena, o vice-presidente da ABComm afirma que o cenário ainda é indefinido, pois não se tem certeza de como ficará a economia e o desemprego. “Acredito que, mesmo após o fim do isolamento social, as pessoas ainda terão medo de frequentar locais com muita aglomeração, como shoppings e lojas físicas, e, como já experimentaram comprar pela internet, pode ser que essa modalidade continue em alta. Todavia, nenhum consumo será sustentável se houver vários desempregados”.

Aumento expressivo

Uma das empresas que aproveitou a quarentena para aumentar as vendas foi a FreeCô. No primeiro mês oficial de isolamento social, ela lançou um novo produto de olho na demanda do mercado e registrou aumento de 18.000% nas vendas.

“Com a conscientização da maioria da população de que higiene, limpeza e cuidados pessoais são as melhores formas de prevenção contra doenças, os mercados relacionados a estes tipos de produtos cresceram consideravelmente”, ressalta Rafael Nasser, sócio-fundador da FreeCô.