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Prefeitos e vereadores não querem prorrogar as eleições deste ano

Não houve pesquisa formal, mas sondagens indicam que a grande maioria dos atuais prefeitos e vereadores são, literalmente, contra a prorrogação de mandatos, pois daqui 2 anos, tudo poderia estar diferente em relação ao cenário eleitoral.

Aliás, essa pandemia de coronavírus está sendo ótima para os atuais titulares de cargos públicos, pois eles têm a oportunidade de entabular a comunicação direta com seus eleitores, realizando o resumo de suas ações e aproveitando suas posições ideológicas sobre o assunto, sem colocar limpidamente se são contra ou a favor do prolongamento do isolamento social.

Um dos políticos que se sobressai por conta de sua atuação como parlamentar é o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV). Nos últimos 2 meses, por orientação de Patrus e também para ser coerente com os acontecimentos relacionados à COVID-19, tem havido prioridade das pautas semanais da Casa com aprovação de projetos, leis e decretos de emergência, tanto do governo do Estado, bem como das prefeituras, garantindo o aspecto da legalidade das medidas adotadas.

Políticos privilegiados

Mesmo sem querer, os atuais prefeitos e vereadores estão sendo beneficiados politicamente em função da pandemia. Esta é uma avaliação feita por matemáticos da política mineira. Em Juiz de Fora, cidade com o quarto maior colégio eleitoral do estado, ninguém mais fala em oposição, como estava acontecendo no primeiro semestre do ano. Nomes como os dos deputados delegada Sheila Oliveira (PSL) e Noraldino Júnior (PSC) passaram a ficar no limbo, enquanto o prefeito Antônio Almas (PSDB) é pautado pela grande imprensa local o tempo todo. Com isso, a visibilidade pública do atual chefe do Executivo municipal é enorme, como pode ser constatado.

Em Belo Horizonte, nos últimos 2 meses a oposição ao prefeito Alexandre Kalil (PSD) continua buscando encaixar uma deixa para poder enfrentá-lo. Aliás, o titular da PBH é tido como o homem público com maior espaço na mídia durante esse período de isolamento social. Alguns dos seus amigos fazem até uma analogia: o verdadeiro opositor político de Kalil é o deputado João Vitor Xavier (PSDB), que está sem poder usar os debates cotidianos a partir da TV Assembleia. E mais, ele como comentarista esportivo da Rádio Itatiaia não tem tido muito o quê falar sobre o tema, diante da paralisia dos campeonatos de futebol.

Em Uberlândia, mesmo antes desse problema de saúde pública, o atual prefeito Odelmo Leão (PP) já se mostrava forte politicamente. Agora, então, sequer ouve-se alguma voz se levantar contra ele nos rincões do município do ponto de vista de sua popularidade.

Relativamente a Montes Claros, se a eleição fosse hoje, o prefeito que comando o município da capital do Norte, Humberto Souto (Cidadania), seria imbatível. No início do ano, o delegado e atual deputado federal Marcelo Eduardo Freitas (PSL), se manifestava entusiasmado em participar do pleito, mas ultimamente sequer aceita debater o tema. Por lá, quem deve ir para o embate é o ex-prefeito Ruy Muniz, mesmo sabendo que será uma luta de gigantes.

Uma situação atípica está acontecendo em Contagem. No início de março, o prefeito Alex de Freitas anunciou a intenção de não concorrer novamente ao posto de chefe de Executivo. No entanto, em seguida veio esse problema da pandemia da COVID-19, o que o levou a entrar pesado no sentido de atender da melhor maneira possível a população. E, como se trata de um homem público verdadeiramente tocador de obras, algumas pessoas estão achando que Alex pode repensar o seu projeto de não buscar a sua própria reeleição. Mesmo porque seus adversários, a deputada petista Marília Campos, o deputado federal Newton Cardoso Junior (MDB) e o ex-prefeito Ademir Lucas estão encolhidos diante da propagação do coronavírus em todo o Brasil. Agostinho Patrus afirma que a prioridade é atender as demandas contra a pandemia Prefeito Antônio Almas é bem avaliado, inclusive neste período de COVID-19 ALMG PMJF Deputados questionam governo