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Cresce em 24,5% a venda de carros seminovos e usados

Comprar um carro novo é o sonho de muita gente, porém, o atual cenário econômico ainda não está em seus melhores momentos. Isso porque ter um automóvel zero na garagem é mais caro, o que leva a maioria dos brasileiros a optarem pelo seminovo ou usado. Prova disso é que esse mercado apontou crescimento de 24,5% nas vendas  em julho na comparação com o mês anterior, segundo dados do balanço de vendas da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). Em julho, foram 1.334.032 veículos vendidos, contra 1.071.220 em junho. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, um total de 8.184.309 unidades.

Para o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, os resultados são positivos, mas ainda é preciso cuidado para comemorar. “Devemos lembrar que, embora a economia ainda não tenha deslanchado como esperávamos, já tivemos a aprovação preliminar da reforma da Previdência, o que pode ser o início de um ciclo mais duradouro de aquecimento dos negócios”, analisa.

Ainda segundo Ilídio, a entidade tem acompanhado constantemente a variação negativa dos índices de confiança do consumidor, a redução das previsões de crescimento do PIB e relatórios de outros agentes que apresentam suas projeções e perspectivas sobre o desempenho da economia. “Sabemos que essa série de fatores pode influenciar a decisão de compra de um veículo”.

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De acordo com Tadeu Ramos, gerente comercial de uma concessionária, muita gente acha que os termos seminovo e usado significam a mesma coisa. “Primeiro é preciso entender essa diferença. Para ser seminovo, o veículo precisa ter até três anos de uso, um único dono e no máximo 20 mil quilômetros rodados por ano. Já os usados são aqueles acima dos três anos de uso”.

Existem diversas vantagens ao adquirir um carro usado. “O preço já é um dos grandes benefícios. Isso porque um automóvel zero tem uma média de 20% de desvalorização tanto no momento em que sai da loja quanto nos três primeiros anos de uso. Além disso, pelo preço de um novo é possível pegar um seminovo bem mais equipado. Mas é importante checar todo veículo com um mecânico de sua confiança”.
Tadeu salienta que o IPVA de um usado é menor se comparado a um carro zero. “A documentação acaba ficando barata também. Os custos de emplacamento podem ultrapassar os R$ 1.200, enquanto que a transferência de um carro usado ou seminovo gira em torno de R$ 300. Outro fator importante é que muitas montadoras dão garantias estendidas de até três anos ou mais. Isso significa que se você adquirir um veículo com apenas um ano de uso, ainda teria mais dois anos de segurança”.

Mas é preciso tomar alguns cuidados para não ter problemas. “É importante avaliar gastos com combustível, documentação do veículo sobre multas, roubo, alienação ou qualquer processo administrativo. Também é bom analisar a lataria, interior do automóvel, arranhões ou se ele já envolveu em algum acidente. Sempre faça uma pesquisa de preço e dê preferência para lojas com boa reputação”.

E foi pensando na economia que a auxiliar administrativa Janaína Cerqueira decidiu adquirir um carro seminovo. “Eu e meu marido pesquisamos bastante os preços antes de efetivar a compra. Encontramos um HB20 de 2016 bem em conta e já vinha equipado com ar condicionado e vidros elétricos. Nós vendemos o antigo e conseguimos fazer um financiamento do valor restante. Os juros ficaram mais acessíveis, mesmo parcelando em 42 vezes”, conclui.