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Autoestima e aceitação do corpo são trabalhados na dança do ventre

Ritmo, desinibição, autoconhecimento e, claro, ficar longe do sedentarismo. Essas são uma das vantagens da dança do ventre. Algumas telenovelas que enfatizaram a dança foram responsáveis pela sua popularização no Brasil.

A professora da modalidade Bruna Figueiredo fala que boa parte da demanda de alunos buscam a prática para ter contato com alguma atividade física, mas que a maior procura vem de quem quer resgatar duas coisas perdidas: a autoestima e a aceitação do corpo.

De acordo com Bruna, a dança não é apenas um conjunto de movimentos bonitos, mas uma mescla entre saber o que quer dizer por meio do corpo, do ritmo e da dança. “O estético não é pensado. Vemos muitas pessoas fora dos padrões impostos praticando a modalidade e dançando lindamente, porque a expressão vem de dentro e independe do peso, cor ou qualquer outra coisa”.

Bruna informa que a dança do ventre pode ser realizada por qualquer gênero, pois os benefícios são muitos, como habilidades rítmicas, motoras, trabalho de lateralidade e socialização. “Especificamente na modalidade, a musculatura da perna e bumbum são fortalecidas porque a gente aciona o quadríceps, glúteo e abdômen, além dos braços, costas, etc”, explica.

A autoestima também é outro ponto trabalhado com a prática. “É uma descoberta do feminino que há em nós e qualquer gênero carrega isso em si. Quando a pessoa conhece seu próprio corpo, ela tem domínio sobre seus movimentos e passa a se expressar por meio dele”.

Mulher que dança

A professora diz que as mulheres, diferentemente dos homens, trabalham, inclusive, a parte interna do corpo. “Os movimentos acionam a pélvis de maneira específica e isso ajuda a regular o ciclo menstrual e auxilia as gestantes na hora do parto”.

A professora revela ainda que a internet tem ajudado outras mulheres a acreditarem que podem dançar: elas se identificam com as dançarinas e, com isso, notam que são capazes e que seu corpo pode sem movimentar de uma forma que nem sabiam”.

Foi o que aconteceu com a enfermeira Priscila Ferreira. Ela começou a dançar há cerca de um ano e se apaixonou. “Sempre me achei meio travada e estava sedentária. Nunca fui magra, então nem cogitava dança do ventre. Mas, um dia passei em frente à escola de dança e, mesmo sem saber nada, fui à aula experimental e fiquei espantada com a diversidade da turma”, conta.

O mito da barriguinha

Quem nunca ouviu alguém dizer que dança do ventre “dá barriga?”, mas a professora esclarece que isso é mito. “A dança trabalha a musculatura abdominal e isso define o abdômen e torneia coxa e glúteo. É claro que a mulher não vai ficar com o abdômen com gominho, porém vai defini-lo e fortalecê-lo”.

Bruna esclarece que se a praticante já tiver alguma gordura localizada na região, irá permanecer, porque o foco não é emagrecer. “No entanto, qualquer atividade, aliada a hábitos saudáveis, traz resultados”.

Quem pode dançar?

Não há uma idade específica, por isso crianças, adultos e idosos podem dançar. “Cada professor deve levar em conta a individualidade de seu aluno, mas não é nada que impeça alguém de praticar a dança do ventre”, explica Bruna. Segundo ela, pra quem é sedentário, é importante fazer uma avaliação médica.