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cAsA inaugura exposição com obras de Salvador Dalí em BH

Uma mistura de devaneios, mistérios e mundo mítico que habita nas mentes humanas. É assim que podemos tentar traduzir a exposição “Devaneios: Imagens do Fantástico”, que está em exposição na cAsA – Obras Sobre Papel até o dia 6 de julho. O local coloca à disposição do público 32 gravuras de nomes importantes, como Salvador Dalí, Marcelo Grassmann, Gilvan Samico, Octávio Araújo e Erik Desmazières.

Paulo Rocha, curador da exposição juntamente com Lucia Palhano e Thyer Machado, explica que a mostra surgiu a partir do olhar para o que havia no acervo do espaço. “Temos uma coleção com mais de mil obras e resolvemos abrir as gavetas e ver o que elas poderiam nos render. Queremos mostrar para as pessoas o que estava guardado para que elas possam sair de suas rotinas e conhecer o novo”.

Entre as gravuras expostas, o destaque vai para as surrealistas de Salvador Dalí, nas quais três das cinco são inspiradas na Divina Comédia de Dante Alighieri. Elas expressam uma visão para além da atmosfera retratada pelo escritor.  “O acervo que temos começou a ser construído pelo André Palhano. Após a sua morte, sua mãe, Lucia Palhano, deu continuidade à coleção como uma forma de manter o filho e o amor sempre vivos. E pelas características, André apreciava bastante as obras surrealistas”.


O que é surrealismo?

O surrealismo foi um movimento artístico e literário, que ganhou força durante a década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas grandes guerras mundiais. Ele mistura o desconhecido, com o pitoresco, figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais. Durante um longo período da história da arte ocidental, esse tipo de expressão era marginalizada e os artistas preocuparam-se apenas em reproduzir o mundo exatamente como o enxergamos. No entanto, essa longa tradição foi quebrada pelo pintor holandês Hieronymus Bosch, nos séculos XV e XVI, que disseminou novas possibilidades de construção da realidade – ou do que imaginava ser essa veracidade.


Rocha conta também como foi o processo de escolha do que seria exposto. “Ao analisarmos as obras, notamos que várias lidavam com o fantástico e o mundo desconhecido. E essa busca por novas realidades tem um aspecto muito potente e marcante, seja para quem está apreciando as gravuras e até para quem as fez”.

Formação de artistas

Além de expor obras consagradas, a cAsA também abre as portas para a formação de novos artistas e exposição de peças de desconhecidos. “Queremos democratizar a arte. Aqui temos o olhar semelhante para quem é conhecido ou aqueles que ainda estão começando. Ademais, oferecemos oficinas gratuitas e mostras de filmes. Qualquer pessoa é bem-vinda no nosso espaço”, finaliza Rocha.