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Cuidado: excesso de calor pode provocar hipertermia em animais

O calor excessivo não é prejudicial apenas para os seres humanos, os animais também sofrem com ele. O bulldog francês Zizou, 2 anos, é um exemplo disso. A sua tutora, a contadora Lorena Aguiar, diz que por duas vezes ele teve hipertermia, aumento da temperatura corpórea em um curto espaço de tempo.

Na primeira ocasião, eles estavam na Esplanada do Mineirão. “Apesar de no dia estar nublado, estava muito quente. Assim que chegamos, o Zizou começou a ficar estranho, parecia que estava tossindo e respirando ao mesmo tempo. Fui para um canto com ele, pedi ao meu marido que comprasse água mineral e joguei nele”.

Lorena conta que foram momentos agonizantes tanto para ela quanto para o pet. “O grande problema dos bulldogs é que eles não param quietos e não sabem reconhecer que estão passando mal. Mesmo jogando água, a língua dele começou a ficar roxa e só melhorou depois que conseguimos acalmá-lo”.

Na segunda vez que ele teve crise foi dentro de casa. Lorena relata que estava visitando uma amiga, que tem um casal de bulldogs, e Zizou passou mal de tanto brincar. “O que aconteceu foi semelhante: ele começou a respirar como se estivesse tossindo e o coloquei em um tanque com bastante água. Sei que é normal da raça, mas o meu cachorro respira muito mal. Há uma cirurgia para aumentar as narinas, mas como ele já passou por tantos procedimentos, não vou submetê-lo a isso”.

A veterinária Erika Penato reforça que as raças braquicefálicas (com o focinho curto), como shih tzu, bulldogs e pug, são mais propensas a hipertermia. Além desses, os cães de agility (tipo de treinamento para conseguir superar obstáculos) também podem sofrer com o aumento excessivo da temperatura, devido ao excesso de exercício ou exposição ao sol. “A hipertermia ocorre quando o animal é submetido a temperaturas altas, seja pelo local onde está ou exercícios excessivos. Dessa forma, a troca de calor realizada por meio da respiração não é suficiente, subindo bruscamente, podendo levar à parada cardiorrespiratória, choque e óbito”, explica.

Os principais sintomas são respiração ofegante, cansaço, língua arroxeada, relutância para andar, desmaio e convulsão. “Precisamos esfriar imediatamente o pet com água, que não pode ser gelada para evitar choque térmico. Toalhas úmidas também podem ajudar. Além disso, também tem que oferecer água fresca e colocar em um ambiente ventilado ou ar-condicionado. Mesmo após o socorro, recomenda-se levar ao médico veterinário para avaliação de consequências mais sérias do quadro”, finaliza.