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“E o Oscar vai para…”

Uma das maiores premiações do cinema mundial, o Oscar, já tem data e lugar para acontecer. No dia 24 de fevereiro, profissionais da área vão se reunir no Teatro Dolby, em Los Angeles, EUA, para consagração de melhor ator, atriz, filme, trilha sonora e outras 20 categorias.

O jornalista e mestre em cinema Raphael Parreira explica que, para quem está inserido no mercado cinematográfico, o Oscar é de suma importância. “Trata-se de uma indústria muito rica e que gasta muito com marketing e com os filmes em si, então essa premiação fortalece esses profissionais”.

Ele acrescenta que a estatueta mais famosa do mundo simboliza o bom trabalho que a pessoa desempenhou. “Dentre todas as celebrações, o Oscar é a mais glamourosa e traz bastante status. É compreensível a forma como a mídia trata o evento”.

O especialista aponta que, este ano, a disputa, principalmente de melhor filme, está bem equilibrada e com um cardápio bastante distinto. Mas, algumas indicações o surpreendeu. “Pantera Negra me deixou positivamente impressionado, não pela qualidade do longa, mas por ser de super-herói e estar concorrendo como melhor filme”.

Segundo ele, o leque desse gênero é grande. “E eles vêm sendo indicados nos últimos anos, mas não como melhor longa-metragem. Apesar do filme ser muito bom, não é o melhor da Marvel, mas fiquei feliz com a indicação porque entendo a importância social dele”.

Pantera Negra teve a décima maior bilheteria da história, somando US$ 1,279 bilhão em vendas por todo o mundo. O que mais chamou a atenção foi que o elenco principal do filme é todo negro, situação inédita na história do cinema. Para Raphael, isso sinaliza que, de fato, o Oscar mudou sua política. “Principalmente depois da campanha #oscarsowhite (na tradução livre, “oscar muito branco”, quando a cerimônia foi duramente criticada por ter apenas atores, atrizes, diretores e roteiristas brancos indicados). Ano passado, o melhor filme foi Moonlight, que debate muito sobre o racismo”.

Outra indicação surpreendente foi a de Roma como melhor filme. “Não pelo diretor, porque o Alfonso Cuarón é muito competente e, inclusive, já ganhou o Oscar antes. Mas é um longa que foi feito para a Netflix e isso é uma novidade, uma produção que não foi diretamente para o cinema concorrer nesta categoria”.

Assim como Roma, o longa dos irmãos Coen, A Balada de Buster Scruggs, também foi feito para o streaming, mas foi indicado em várias categorias, contudo, para Raphael, ele merecia uma vaga na disputa de melhor filme.

Entretanto, para ele, apesar de concorrido, Roma deve ganhar essa disputa. “Há boas chances do filme do Cuarón ser premiado. Apesar disso, gostaria muito que Green Book levasse a estatueta de melhor filme para a casa”.

Outras categorias

Surpreendendo a todos, a cantora Lady Gaga é cotada como uma das favoritas para ganhar a estatueta de melhor atriz. Ela levou o prêmio do Globo de Ouro pela música Shallow, em Nasce uma Estrela, filme que ultrapassou a marca de US$ 400 milhões.

Para Raphael, ela tem grandes chances. “A atuação dela beira a perfeição, contudo acho que Yalitza Aparecida, de Roma, e Olivia Colman de A Favorita, são grandes concorrentes também”.

Como melhor ator, a disputa também é acirrada. O Globo de Ouro ficou com Rami Malek, que interpretou o cantor Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody. Contudo, para o mestre em cinema, os concorrentes de Malek foram melhores. “Para mim, Christian Bale leva, mas não ficaria chateado se Viggo Mortensen ganhasse o prêmio por sua atuação em Green Book ou Bradley Cooper, de Nasce uma Estrela”.

Já como melhor canção, para Raphael, Shallow, de Nasce uma Estrela, é quem receberá a estatueta. “A música se popularizou e isso acaba sendo uma boa influência, pois a academia vem procurando dialogar com o povo, mas também trata-se de uma excelente canção original”.

Contudo, outras canções também são acessíveis. “All the stars, de Pantera Negra e a trilha de Creed 2 são fortes concorrentes”.