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10% mais caro: preço do material escolar aumenta além da inflação

Além dos impostos tradicionais de começo de ano, uma despesa que impacta no orçamento das famílias é a lista de material escolar. A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (ABFIAE) estima que este ano os pais irão gastar, em média, 10% a mais.

O aumento é 2,6 vezes a inflação registrada no ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), prévia do índice oficial, encerrou 2018 com alta de 3,86%. Outro indicador que chama a atenção é a variação no preço dos itens. Um levantamento feito pelo site Mercado Mineiro apontou a alteração de 82 produtos em 10 estabelecimentos da capital. O grafite foi o item com maior instabilidade, com variação de 435%, sendo encontrado por R$ 1,40 e até R$ 7,50.

Por toda essa variação, o administrador e gestor financeiro Ricardo Hiraki Maila diz que pesquisar é fundamental. “Hoje temos sites que facilitam muito no orçamento. O ideal é estudar o preço de cada item antes de sair de casa e ir com a relação organizada para barganhar descontos”.
Maila conta que procurar lojas grandes também é uma boa estratégia. “Elas têm muita demanda e conseguem oferecer mais descontos e promoções. O e-commerce sai na frente nessa questão, pois alguns portais se preparam melhor para a temporada”.

Ele explica que os pais também devem ficar de olho na forma de pagamento. “Se organizar e guardar dinheiro no fim do ano para comprar à vista é a melhor opção. Se for parcelar, procurar lojas que façam isso sem juros e tentar fazer o mínimo de prestações. Os pais podem optar por comprar por demanda também, ou seja, um item que o filho não vai usar logo de cara, pode ser adquirido mais tarde”.

Parcerias
O administrador acrescenta que alguns pais têm se organizado para comprar os materiais juntos e essa pode ser uma alternativa para quem busca economizar. “Os responsáveis se organizam e compram até mesmo via Whatsapp, no entanto, como a quantidade é maior, automaticamente o preço fica melhor”.
Algumas escolas já tomam a iniciativa de fazer parcerias com papelarias para que as empresas possam oferecer descontos aos pais. “Já fica a ideia para que eles peçam para que as instituições corram atrás disso, porque no fim todo mundo sai ganhando”.

Antecipar e reutilizar
A auxiliar administrativo Rogéria Matos conta que começa a comprar o material escolar antes de janeiro. “Geralmente, o preço sobe neste mês, por isso, busco sempre lojas que vendem em atacado e compro os pacotes, por exemplo, de caderno”.

Além disso, ela sempre olha o que dá para reutilizar do ano que se passou. “Tenho uma filha de 9 anos e um filho de 13, os dois entendem que não podemos gastar muito, então a gente sempre tira um dia para fazer uma faxina e desapegar do que não dá para usar, guardar o que ainda terá serventia e pesquisamos a lista a partir daí. Estojo de lápis, lapiseira, cola, régua e tesoura sempre duram bastante”.
Uma coisa ela não abre mão: da qualidade. “Não adianta fazer economia porca, comprar o mais barato sem saber se é bom ou não. Além de pesquisar o preço, eu analiso a opinião das pessoas sobre determinado produto. A mochila do meu filho custou R$ 300, um preço puxado, mas já vai ser o 4° ano que ele irá usar a mesma”.