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Vacinação em dia previne sustos na hora de viajar

Escolher o destino, comprar passagens, reservar o hotel, arrumar as malas e, enfim, curtir. Essa é a rotina de vários brasileiros no fim do ano, período em que boa parte da população sai de férias. Mas, um item não pode ficar de fora dessa lista: a imunização. O cartão de vacinas precisa estar sempre atualizado para que o descanso não dê lugar à dor de cabeça.

Dados recentes do Conselho Europeu de Assessoria em Saúde de Viagem apontam que 40% das pessoas que vão visitar outros lugares procuram orientação médica somente momentos antes do embarque no avião ou de pegar a estrada. O estudo mostra que 20% dos viajantes marcam consultas médicas quando faltam menos de 14 dias para a viagem, e menos de 10% possuem a vacinação atualizada.

Mas, a farmacêutica Manuella Duarte explica que é muito comum as pessoas não se atentarem a isso. “No Brasil, nós temos uma baixa cobertura vacinal de doenças que ainda circulam, a exemplo, a febre amarela e sarampo, que teve alguns casos importados da Venezuela a pouco tempo”.
Ela esclarece que algumas vacinas são recomendadas, pois ajudam a manter certas doenças em baixa escala no país.

E ainda afasta a probabilidade de surto que é controlado pela vacinação, por exemplo, patologias como a hepatite B que é transmitida por meio de relação sexual e secreções. Outra é a vacina de hepatite A para quem vai para o litoral, pois é uma doença que passa por meio da água, então quem vai para o mar e piscina pode aproveitar o benefício. Além disso, para os idosos que vão viajar para lugares frios, a vacina contra pneumonia é indicada”.
Manuella acrescenta que no Brasil a imunização infantil é boa, mas entre os adolescentes e adultos, não. “Cada faixa etária tem sua recomendação. As vacinas possuem calendário específico para cada idade”, explica.

Contudo, a única vacina obrigatória é a de febre amarela. “O certificado internacional de vacinação é exclusivo para ela. Hoje, a doença circula em alguns países, porém, por aqui, a patologia em sua forma silvestre já tinha sido erradicada. Mas estamos vendo casos chegando à cidade. Para entrar no Brasil, não é necessário a certificação, mas países como a África e Venezuela exigem o documento”.

A farmacêutica adiciona que há uma preocupação acerca da doença. “É uma patologia perigosa e que pode levar a óbito muito rápido. A exigência é, inclusive, feita pela Organização Mundial da Saúde”.

O certificado é emitido pela Anvisa. “Algumas clínicas particulares são credenciadas e podem emitir o documento. Quem se imuniza nos postos de saúde deve procurar a central do viajante, que tem unidade em Confins e na Rua Paraíba. O ideal é agendar com um mês de antecedência, pois a demanda é alta e corre o risco de a pessoa não conseguir o certificado a tempo”.

Entretanto, a vacina só imuniza após 10 dias da aplicação. “Sendo assim, o certificado só passa a valer 10 dias depois que a pessoa for vacinada”.

Alerta importante
Manuella frisa a importância de estar sempre com o cartão de vacinação em dia. “Imagine você de férias, chega no lugar e tem algum imprevisto e não está com a imunização necessária. Às vezes, você não fala a língua nativa, não tem plano de saúde ou seguro de vida. O melhor é prevenir e a vacinação faz isso”.

Ela revela que nessa época do ano, a febre amarela pode voltar a se manifestar. “Ainda não se sabe se o Aedes Aegypti circula com a febre amarela urbana, mas como agora chove muito, a proliferação de mosquito é maior e a incidência da doença também. É necessário ter 90% de cobertura viral”.

De agora em diante, o cuidado deve ser maior. “De dezembro a maio é um período que, quem não tem certeza se tomou a vacina ou não tem registro, deve ir ao posto de saúde ou rede privada se imunizar de novo. Ninguém deve ficar na dúvida”.