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Disputa para a presidência da Câmara Federal é desafio para deputado mineiro

Uma candidatura de pura teimosia. É assim que alguns jornalistas da crônica política de Brasília definem a pretensão do deputado federal mineiro Fábio Ramalho, o popular Fabinho Liderança (MDB), em ser eleito presidente da Câmara Federal. Mas ele, como parte interessada, desenvolve um raciocínio no sentido oposto: para chegar ao atual posto de primeiro vice-presidente da Casa, se viu, à época, forçado a registrar uma candidatura avulsa, com o escopo de angariar condições e enfrentar grandes partidos contra o seu pleito.

O próprio pré-candidato, em entrevista à TV, revelou que está tentando unir a bancada mineira em torno de seu nome. Joga contra ele, o fato de seu partido apresentar uma bancada inexpressiva. Apenas cinco entre os 53 parlamentares mineiros são do mesmo partido de Fabinho Liderança.

Fábio x Bolsonaro
Relativamente à sucessão para presidência da Câmara Federal, há uma preocupação dos assessores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL): o dirigente da Câmara, uma vez escolhido, se torna automaticamente o 3º hierarquicamente na linha de sucessão presidencial, em caso de licença ou viagens do presidente da República e do seu vice. A partir disso, o grupo já instalado na estrutura da transição do futuro presidente busca informações com o objetivo de incidir sobre um nome capaz de receber sinalizações de apoio do chefe do Palácio do Planalto.

Um fato parece ser preponderante: o Democratas já tem três grandes ministérios: Casa Civil, Agricultura e Saúde. Então, dificilmente, o atual presidente Rodrigo Maia será reeleito, posto que seu partido foi demasiadamente prestigiado.

Quando conquistou a posição de primeiro vice-presidente da Câmara Federal, Fabinho Liderança recebeu, naquela oportunidade, um maciço apoio de seus colegas de siglas menores. Em síntese, um grupo de deputados considerados nos bastidores do Congresso Nacional como baixo clero. Contudo, um assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, que pede anonimato, relembra: “Desta vez, o problema de Fabinho Liderança reside justamente no fato de Bolsonaro também ser originário do aludido baixo clero. E mais, o partido do futuro presidente do Brasil tem a segunda maior bancada com 50 deputados”.

Outro registro importante é que houve uma renovação na Casa Legislativa de Brasília de cerca de 40%, perante representação de 30 siglas das mais variadas, inclusive ideologicamente. E, como se percebe, esses novos nomes estão querendo mudar tudo na perspectiva de reescrever a história de nosso país, partido do pressuposto que essa também é uma vontade do eleitor.

Diante desse quadro, segundo analisam os mais laureados nomes, a eleição para a presidência da Câmara Federal está indefinida. No entanto, isso não deve abalar em nada a bandeira e, até mesmo, a volúpia de Fabinho Liderança.

Aliás, quem teve a oportunidade de conversar com ele, percebeu seu entusiasmo. Logo após o pleito eleitoral, o político começou sua nova investida, mantendo contatos com colegas de todo o Brasil na tentativa de conquistar a presidência da Câmara, um cargo estratégico no comando político brasileiro.