Home > Destaques > PT e MDB brigaram, mas morreram afogados

PT e MDB brigaram, mas morreram afogados

O fiasco da votação do vice-governador Antônio Andrade, como candidato a deputado federal, expõe de vez as vísceras do MDB mineiro que, neste pleito, em Minas foi um desastre nas urnas.

A bancada de parlamentares federais foi reduzida de 6 para 3 eleitos. A estadual caiu de 13 para 8. O presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, candidato a governador, ficou com uma minúscula margem de votos: 4%.

PT e MDB

A aliança entre PT e MDB começou a perder força no meio do ano, quando o presidente da Assembleia orientou a Mesa da Casa a receber a denúncia de cassação do governador Fernando Pimentel (PT). Foi um ato inesperado, que deixou todos os parlamentares atônitos na ocasião. Mas, as consequências desta atitude reverberaram até hoje. A decisão serviu para aumentar a impopularidade do governador petista. No entanto, se o MDB tivesse mantido a aliança com o PT, no pleito majoritário, o resultado das urnas poderia ser outro. Afinal, os petistas mantiveram a popularidade equivalente a média de 22% dos votos mineiros. Já a união para o pleito de governador, certamente, registraria outros números. Basta observar que os emedebistas possuem diretórios em centenas de municípios, além de dezenas de prefeitos e centenas de vereadores espalhados pelo estado.

O pedido de impeachment não prosperou, mas as suas implicações, sem dúvidas, foram danosas para os dois. O resultado? Pimentel e Adalclever preteridos nas urnas.

Anastasia e os prefeitos

O tucano Antonio Anastasia (PSDB), ao longo da campanha, montou uma estrutura com a finalidade de vencer o pleito ainda no primeiro turno. Na reta final, os apoiadores do candidato propalavam aos quatro ventos a adesão de cerca de 700 prefeitos à campanha. Agora, obviamente, aparece em vídeos dizendo o contrário: sempre esteve preparado para o segundo turno que, de acordo com que afirma, vencerá.

É bem possível ter ocorrido um erro de cálculo da assessoria de Anastasia. Os prefeitos, assim como o presidente da República e o próprio governador, estão visivelmente desgastados perante a opinião pública. O que explica a inequívoca realidade: neste pleito, os supostos 700 chefes de executivos municipais não reuniam condições para transferir votos. Inclusive, houve queda na votação de muitos deputados, tanto estaduais quanto federais, especialmente aqueles parlamentares acostumados a lidar apenas com as lideranças municipais, excluindo as bases comunitárias.

Na era da comunicação virtual, políticos tradicionais terão de se reinventar. O estilo conservador de conduzir as campanhas está com os dias contados. Até porque, está em voga candidatos identificados como “não políticos”, como Alexandre Kalil (PHS) e Romeu Zema (Novo).