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Setor de motéis deve crescer 5% em 2018

Nem a crise conseguiu fazer com que os corações apaixonados deixassem de mostrar o seu amor. Uma prova disso é que, segundo dados da Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis), o segmento de motéis deve ter uma alta de 5% em 2018. O estudo mostrou que o número de estabelecimentos vai continuar o mesmo, fato que demonstra um fôlego maior do setor.

O diretor regional da ABMotéis, Novely Filho, afirma que bons resultados se devem, principalmente, a nova concepção destes locais: antes os motéis eram vistos como um lugar para se passar ou ter uma relação extraconjugal, agora eles adotaram um conceito de “SPA Urbano”. “Os motéis tiveram que se alinhar a nova tendência: antigamente, os clientes vinham para cá depois de um jantar e, hoje, eles podem jantar no nosso estabelecimento.

Estamos oferecendo opções de lazer e entretenimento em um único ambiente, como bares, cinema, entre outros”.
Além do ambiente mais reservado, o motel também pode ser uma boa opção para quem quer economizar, afinal fazer um programa completo a dois chega a representar uma economia de cerca de 50%. “Isso acontece porque os clientes podem jantar um prato refinado elaborado por um chef, contando com o serviço da cozinha 24h, ter à disposição uma carta de bebidas de alta qualidade, desfrutar de tranquilidade privativa, assistir a um filme em HD e relaxar em uma piscina aquecida, hidro, ofurô e sauna, tudo dentro da suíte”.

Bernardo Pimentel é um dos herdeiros do Luna e UP Motel, localizados, em Belo Horizonte, na Pampulha e Barro Preto, respectivamente. Ele conta que os empreendimentos começaram na década de 70 com o seu avô e, hoje em dia, são administrados por membros da família. “Durante a crise houve pouca queda no movimento, mas nada que assustasse. Atualmente, o faturamento mensal gira em torno de R$ 40 mil do Luna e o do UP é um pouco menor, pois lá tem menos suítes”.

Mais empregos
De acordo com números da ABMotéis, esses estabelecimentos empregam, em média, 50 funcionários ou quase 230 mil trabalhadores diretos, sendo 80% mulheres, e os terceirizados representam mais de 300 mil pessoas. Filho explica que esse alto número se deve ao fato de que os motéis funcionam 24h. “Existe uma grande diferença entre a hotelaria e a motelaria. No primeiro caso, por exemplo, o restaurante tem um horário pré-determinado para fechar e a arrumação dos quartos também. Já no segundo, o ritmo é diferente, pois temos que prestar esses serviços a toda hora, pois há um grande fluxo dos hóspedes entrando e saindo do local.”

Perfil de quem vai ao motel
Conforme pesquisa realizada pelo Guia de Motéis, que entrevistou 1.710 frequentadores, com idades entre 18 e 65 anos, em 10 capitais brasileiras, incluindo Belo Horizonte, a maioria dos clientes que vão à esses locais com frequência (72%) possuem parceiros fixos e frequentam esse ambiente com eles. Já encontros extraconjugais representam apenas 10% do total de frequência assídua e apenas 3% dos que vão ocasionalmente.

Em BH, o estudo conversou com 225 pessoas, dos quais 87% afirmaram ser clientes assíduos ou ocasionalmente e 13% se consideraram não frequentadores, sendo que a maioria é do sexo masculino (61% na categoria heavy users e 54 ocasionais) e heterossexuais (91%).