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40% dos brasileiros sofrem com bruxismo

Há 5 anos, o vendedor Walter Filho sofreu um acidente de moto e, devido a queda, perdeu 2 dentes. Após anos sem ir ao dentista, ele se viu obrigado a fazer uma visita ao especialista e foi neste momento que descobriu que tinha bruxismo. “Sempre achei os meus dentes perfeitos, por isso não tinha motivos para ir ao dentista”, comenta.

Assim como ele, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% da população mundial e 40% dos brasileiros sofrem com essa disfunção. A dentista Ana Paula Procópio explica que os principais sintomas são dores nos dentes, nos músculos da mastigação, na cabeça, no pescoço, nas costas e podendo até ter desconforto na panturrilha. “Além disso, é possível encontrar dentes gastos e grande risco de fratura, o que acarreta a sensibilidade”.

Ela reitera que pessoas nervosas e ansiosas têm mais probabilidades de desenvolver o problema. E esse é o caso de Walter. Ele conta que é muito ansioso e que se pega várias vezes ao dia contraindo e rangendo os dentes. “Quando estou dirigindo sozinho, no momento que vou de visitar um cliente importante ou finalizar uma venda boa, começo a ‘morder’ os dentes”.

Sobre a ansiedade, Walter conta que têm noites que nem consegue dormir pensando no dia seguinte. “Estamos vivendo um período de crise, então há uma cobrança grande para a gente vender”.

Tratamento

Ana Paula esclarece que, na maioria dos casos, o bruxismo tem origem emocional e, por isso, o tratamento deve ser interdisciplinar. “A abordagem é feita de acordo com os sintomas que cada paciente apresenta, que vai do uso de placas miorrelaxante e medicamentos como um caráter preventivo para outros problemas. É recomendado que o tratamento seja feito por um dentista e também por um psicólogo, por exemplo, para que o segundo profissional auxilie no controle de ansiedade e estresse”.

O vendedor relata que começou a fazer o tratamento há 3 anos e atualmente usa apenas a placa durante a noite, entretanto, tem dia que não lembra de colocá-la. “Às vezes, quando eu bebo uma, esqueço. E sinto os efeitos de não fazer o tratamento corretamente”. Já para o controle do estresse, ele ainda não faz nenhum tratamento.

A dentista faz um alerta para quem não cumpre o tratamento de maneira correta: isso pode desencadear complicações futuras. “Pode ocasionar problemas de oclusão (encaixe dos dentes), nos hábitos parafuncionais (pequenos costumes que não fazem parte da função natural dos dentes ou dos músculos da mastigação), entre outros”.

Para finalizar, Ana Paula afirma que para ter um tratamento eficaz, o primeiro passo é explorar a causa do problema. “Sempre procure um profissional especializado e bom, pois ele saberá o melhor método para minimizar essa disfunção”.


Recomendações:

  • Não aperte os dentes enquanto estiver realizando alguma atividade mais complicada;
  • Evite mascar chicletes ou objetos duros por um longo período de tempo;
  • Faça atividades físicas. A prática de exercícios físicos regularmente ajuda no combate do estresse;
  • Procure um dentista com regularidade. É melhor prevenir um problema do que remediá-lo.