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Minas Gerais é o Estado com mais acidentes no país

Maio começou com uma notícia que abalou a todos: as mortes de Pedro Guadalupe, fundador do portal BHAZ, e do jornalista Ronaldo Lenoir em um acidente. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um caminhão desgovernado bateu em uma fila de veículos na BR-381, no sentido de Belo Horizonte. O acidente envolveu cinco veículos e o carro onde estavam os jornalistas acabou sendo prensado entre dois caminhões.

Veja a repercussão da morte de Pedro Guadalupe e Ronaldo Lenior nas redes sociais:

   

Além da tristeza da morte dos companheiros de profissão, há também a dor em saber que eles não foram os primeiros e nem serão as últimas vítimas das estradas mineiras. Segundo dados da PRF, Minas Gerais lidera o ranking dos Estados com maior número de mortes por acidentes de trânsito em rodovias federais, com 869 óbitos (35 a mais que em 2016); seguido pelo Paraná, 613; Bahia, 594; Rio Grande do Sul, 391; Santa Catarina, 380 e Pernambuco, 343.

Minas também encabeça a lista dos Estados com mais acidentes (12.702). Logo atrás vem Paraná (10.645); Santa Catarina (10.643); Rio Grande do Sul (6.383) e Rio de Janeiro (5.945).

O chefe da comunicação social da PRF no Estado, inspetor Aristides Júnior, afirma que Minas aparece em primeiro lugar nessas listas, porque possui a maior malha rodoviária do país, além de um grande número de estradas com pista simples e o relevo de montanhas e curvas. “Minas é um Estado de passagem. Vários caminhões e até mesmo carros de passeio passam por aqui para chegar ao litoral”.

Júnior acredita que o principal motivo dos acidentes é a falta de atenção de quem está dirigindo. “Mais de 80% das colisões podem ser evitadas se o motorista estivesse mais atento ao conduzir o veículo. Ademais, a falta de manutenção e o não respeito à sinalização da via também causaram vários acidentes”.

Opinião do especialista:
Para entender melhor o porquê de Minas Gerais ser o Estado que tem mortes oriundas de acidentes de trânsito, o Edição do Brasil conversou com Dimas Gazolla Palhares, professor de engenharia do setor de transportes da UFMG.

O que faz Minas ser um Estado perigoso para quem trafega pelas rodovias?
A malha rodoviária federal e estadual de Minas Gerais é a maior do Brasil, então a probabilidade de ocorrer algum acidente é maior aqui do que em outro Estado. A gravidade dos acidentes é maior porque estamos situados em um ponto de ligação das regiões Norte-Sul. Há também a situação dos motoristas de caminhões que rodam sem condições e o transporte de minério que é feito, ilegalmente, pelas estradas. O minério, por lei, deveria rodar em uma estrada exclusiva, porém não é isso que acontece.

Recentemente, saiu um estudo que mostra que 70% dos pavimentos das rodovias mineiras foram classificadas como ruim ou péssimo. Mas, acredito que os principais problemas do Estado são sinalização e estradas que foram projetadas há muitos anos e não houve uma adequação para os veículos atuais.

É possível melhorar esse cenário?
Com as retificações é possível fazer as melhorias na seção transversal da via para aumentar a largura de acostamento e resolver os problemas de estreitamento. A manutenção das rodovias deve ser feita por etapas, de acordo com a classificação, trazendo as vias com pior avaliação para posições melhores.

Números nacionais
Mesmo com aumento de 11,6% na frota de veículos, o número de acidentes rodoviários diminui no último ano se comparado com 2016. Segundo dados da PRF, em 2017, ocorreram 89.318 acidentes em rodovias federais que resultaram na morte de 6.244 pessoas e 83.978 feridos. Esses dados representam uma redução de 2,7% no número de óbitos, 3,5% de feridos, 13,8% de feridos graves e de 7,5% de acidentes.

De acordo com o balanço, essa queda é fruto da estratégia de operação da PRF, pois o órgão realiza campanhas de educação para o trânsito, operações pontuais em épocas de intensificação de deslocamentos, tal como férias e festas de final de ano, e reforços de policiamento em pontos críticos nas rodovias de todo o país.

A maior causa de acidentes foi falta de atenção (34.406) e os tipos mais comuns foram colisão traseira (18%) e saída de pista (17,5%). Além disso, o tipo de acidente que mais resultou em mortes foi a colisão frontal, matando 1.904 pessoas.

[box title=”Maio Amarelo” bg_color=”#f7f7f7″ align=”left”]Com o intuito de diminuir ainda mais os acidentes no trânsito, a PRF está na 5ª edição do Maio Amarelo. O mote deste ano é “Nós somos o trânsito” e tem como objetivo discutir atitudes voltadas à necessidade urgente da redução do número de mortes e feridos graves. O tema foi discutido com a Associação Nacional de Detrans (AND) e foi apresentado em reunião do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Saiba mais no site: maioamarelo.com[/box]