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Intenção de Consumo das Famílias registrou queda de 2,4 pontos em BH

Os belo-horizontinos estão menos confiantes para consumir. É o que aponta a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Belo Horizonte, realizada pelo Fecomércio MG, com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o estudo, o índice registrou 87 pontos em abril, o que representa uma queda de 2,4 em relação a março, quando o valor era de 89,4. Porém, se comparado com o mesmo mês de 2017, houve aumento de 7,6.

O IFC é um indicador que consegue mensurar a avaliação que os consumidores fazem sobre quesitos relacionados à condição de vida de sua família, tais como a capacidade e qualidade de consumo atuais e de curto prazo, nível de renda doméstico e segurança no emprego. Para este estudo, foram ouvidas 1.000 famílias residentes na capital mineira.

A analista de pesquisa da Fecomércio Elisa Castro explica que a intenção de consumo estava crescendo nos meses anteriores e a queda registrada em abril foi causada por fatores que não são estritamente econômicos. “Por exemplo, a instabilidade política sempre gera insegurança na hora de consumir. Se acontece algo mais drástico nesse segmento, os consumidores acabam tratando a questão com uma visão econômia”.

Elisa reitera que a previsão é de que esse índice volte a subir nos próximos meses. “Temos uma situação favorável. Por mais que o emprego esteja variando, há estabilidade na inflação e redução da taxa de juros. Esses fatores contribuem para o poder de compra do consumidor”.

[box title=”Entenda o índice de Intenção de Consumo das Famílias” align=”center”] Para o cálculo do IFC é considerado alguns quesitos, como emprego atual, perspectiva profissional, renda, acesso ao crédito, nível de consumo, perspectiva de consumo e momento para comprar produtos duráveis. Todos esses fatores conseguem dar um norte sobre como o consumidor está pensando, principalmente para os empresários ligados ao setor produtivo e comerciantes. Além disso, o índice varia de 0 a 200, sendo que abaixo de 100 é considerado insatisfatório e acima satisfatório.[/box]

Realidade nas famílias
Apesar dos indicadores econômicos estarem melhores, a família Alves continua sofrendo com os efeitos da crise de anos passados. Com quatro pessoas dentro de casa e apenas duas trabalhando, Marina, que está desempregada há 2 anos, acredita que o corte de despesas continuará. “Só o meu marido e filha estão trabalhando, mas não podemos contar muito com o dinheiro dela, pois ainda está fazendo faculdade e a maior parte do salário vai para pagar o estudo”.

O outro membro que também está desempregado na família é o Lucas. Ele conta que está procurando serviço há 6 meses, mas que não consegue nada. “O mercado está complicado. Mesmo entregando currículos por toda a parte, ainda não fui chamado para nenhuma entrevista”.

Devido a esse fato, Marina relata que teve que cortar despesas consideradas supérfluas, como TV a cabo, telefone e internet. “Além disso, também estou economizando na compra do supermercado: ao invés de comprar carne de boi, estamos optando por frango, por exemplo. Outro serviço que estamos reduzindo é na conta de luz. Pego mesmo no pé dos meninos para não deixarem a lâmpada ligada”, finaliza.