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Mercado delivery de alimentos fatura mais de R$ 10 bi no Brasil

Devido a facilidade e comodidade, a maioria dos brasileiros preferem pedir comida em casa ou no trabalho. No Brasil, os serviços de entrega, conhecidos como delivery, foi um dos que mais cresceu nos últimos anos. Dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostram que o setor fechou 2017 com faturamento acima dos R$ 10 bilhões. E os hábitos do consumidor também mudaram, pois se antes havia apenas a possibilidade de fazer o pedido por telefone, hoje em dia existem os sites e aplicativos. Muitos estabelecimentos têm investido no serviço delivery para atrair clientes e aumentar as vendas.

Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) reforça a preferência dos consumidores por locais que ofereçam entrega em domicílio. Metade dos restaurantes e lanchonetes atendidos pela instituição em todo o país oferecem o serviço, sem terceirização, para dar mais comodidade ao cliente. Ainda segundo a pesquisa, 12% não possuem loja física, trabalhando exclusivamente por meio de entregas, sem portas abertas para a rua.

O gerente administrativo Cleiton Novaes é adepto dos serviços delivery. Ele conta que uma das vantagens é a praticidade. “Hoje em dia o trânsito está caótico, ainda mais nos horários de pico. Então, prefiro fazer o pedido via aplicativo e receber no conforto de casa. Além disso, muitos restaurantes e lanchonetes estão sempre cheios. E mesmo pagando taxa de entrega o serviço ainda compensa, porque se eu fosse até o estabelecimento teria que gastar com transporte”. Ele diz que muitas vezes encontra promoções pelo aplicativo que valem mais a pena.

Investimento
Para Anderson Oliveira, proprietário de uma lanchonete, além do conforto, oferecer a opção de entrega faz as vendas crescerem e conquistam o cliente. “Nós temos o delivery há 5 anos. Todos os pedidos são feitos pelo telefone e o cliente pode conferir o cardápio na internet. Desde que adotamos o serviço, percebemos um aumento de 30% no faturamento. A cada dez vendas, sete são para entrega”, revela.

O estabelecimento vende hambúrguer, cachorro quente e porções de batata frita. Oliveira diz que possui dois motoboys contratados. “Durante a semana um só consegue dar conta, mas nos fins de semana a demanda é maior. O telefone não para de tocar um minuto. Os clientes sempre nos elogiam pela qualidade do serviço e rapidez na entrega”. Ele explica que ainda não aceitam pedidos pela internet e aplicativo, mas está analisando a possibilidade.

O empresário Vanderley Gonçalves é dono de uma pizzaria, inaugurada há pouco mais de 2 anos. O grande diferencial é que não possui loja física, sendo o atendimento exclusivo por um aplicativo. “Optamos por esse modelo de negócio por ser mais econômico”, afirma. Ao todo, a empresa conta com 20 funcionários. “Por dia, chegamos a vender uma média de 35 pizzas. No aplicativo é possível personalizar o pedido e conferir nosso cardápio completo, além de participar de promoções”.

Ele afirma que tem uma pessoa que fica responsável por receber os pedidos e repassar para a cozinha. “Depois de feita a encomenda, a entrega é realizada em até uma hora. Nós temos três motoboys e um cuidado para que chegue tudo perfeito e quentinho na casa do cliente. A taxa de entrega é variável de acordo com cada região e o valor aparece no ato do pedido”, finaliza.

Planejamento
Para a analista do Sebrae-MG Luciana Lessa, os negócios virtuais são uma tendência que vieram para ficar, muito pela comodidade que os consumidores estão buscando. Ela explica que para que a empresa comece a oferecer o serviço de delivery, a primeira coisa que deve ser feita é desenhar o modelo de negócios que se pretende trabalhar e fazer um bom planejamento, analisando a capacidade de produção e entrega.

Entre as ações que podem ser tomadas pela empresa para garantir um bom funcionamento do serviço de entregas, Luciana destaca o atendimento personalizado e eficaz. “É importante entregar o que foi prometido e na hora combinada para que o cliente não receba a comida fria. Além disso, ter um bom armazenamento na entrega para não danificar os produtos durante o transporte”.

[box title=”Tecnologia lucrativa” bg_color=”#dddddd” align=”center”]O iFood é um dos aplicativos pioneiros no delivery de comida. O serviço está presente em 15 Estados brasileiros e em cidades argentinas, colombianas e mexicanas, com mais de 15 mil restaurantes cadastrados. No Brasil, 56% das pessoas que possuem o aplicativo realizam ao menos um pedido por semana. Por mês, o iFood entrega 3 milhões de pedidos e a maior parte ocorre no período noturno, durante os fins de semana (67%). A classe B é a que mais utiliza a plataforma (69%).[/box]