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O que vai na lancheira do seu filho?

Depois de um grande período de férias, as crianças, em sua maioria, entram ou retornam para a escola. No entanto, maus hábitos deste período podem insistir em acompanhar os baixinhos: a alimentação. Quem nunca viu uma criança lanchando uma coxinha com refrigerante na hora do recreio? Os produtos industrializados não passam tão longe da lancheira, o que é altamente perigoso. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil terá 11,3 milhões de crianças acima do peso. Globalmente, há pelo menos 41 milhões de crianças entre 0 – 5 anos obesas. E, além disso, dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que 20% da população brasileira sofre com a obesidade.

A educação alimentar é algo que vem de casa, mas muitas escolas integram essa questão. A diretora escolar e pedagoga Rosangela Santos explica que sempre orienta os pais a optar por lanches mais saudáveis.

Ela conta que atua na área há 18 anos e que tem percebido uma mudança na lancheira das crianças nos últimos anos. “As frutas e sucos naturais são cada vez mais frequentes. A consciência dessa necessidade garante a qualidade do lanche escolar”.

Uma pesquisa da Unifesp e USP mostrou que a ingestão de frutas esteve presente em 98,8% das composições de lanches estudadas. Já o leite e bebidas à base de leite estiveram presentes em quase 10% das composições de lanches e o suco compôs 8,3% dos lanches intermediários. No entanto, o refrigerante apresentou frequência de ingestão próximo a 5% no lanche da tarde das crianças.

A nutricionista escolar Rachel Rafaela Silva esclarece que realmente há uma mudança de postura na hora da alimentação. “Entretanto, vejo resistência de alguns pais que ainda levam suco de caixinha, que não é uma boa opção devido aos níveis de açúcar e conservantes”.

Diante disso, a nutricionista salienta que a melhor opção seria a adequação das cantinas escolares. “Hoje, temos legislação que regulamenta o lanche das escolas públicas e também nas escolas particulares, mas quando há fiscalização se acha todo tipo de alimento. É necessário uma vistoria maior”.

Ela recomenda que o lanche escolar deva ter essencialmente três fontes: carboidrato, proteína e fruta.

Carboidrato (energia): Pão ou bolo caseiro

Proteína (construtor): Queijo, leite, iogurte natural (sem adição de açúcar e outros componentes)

Fruta: Pode ser também em forma de suco, mas sem adição de açúcar.

Rachel diz ainda que é muito importante que os pais observem os rótulos dos alimentos. “A sociedade não tem o hábito de ler o que realmente tem no produto. Por exemplo, o iogurte natural deve ter somente leite e fermento lactil, mais que isso não é saudável”.

 De olho na alimentação, a mãe do João Victor de 3 anos, Sandra Sampaio conta que monta o lanche pensando na saúde do filho. “Faço suco natural com polpa da fruta, pão de queijo, iorgute (sem lactose) e uma fruta. Às vezes vou intercalando com bolo. Faço o possível para ele levar alimentos saudáveis. Além disso, ele é intolerante a lactose, dessa forma tenho que tomar muito cuidado”.

Ela revela que toda sexta-feira a escola permite que os alunos levem salgadinho. “Mas mesmo assim coloco uma fruta para ele”.

 Sem lancheira

Algumas escolinhas optam por oferecer o lanche para as crianças, assim como a que Rosimeire Soares matriculou seus filhos, Miguel, 2 anos e Samuel, 4 anos. “O lanche tem leite, suco natural, bolo, biscoito e, além disso, algumas vezes tem arroz temperado, macarronada, vegetais etc. Quando tem saladas de frutas, cada criança leva uma para fazer. Desta forma todos aproveitam e ainda aprendem sobre alimentação. O Samuel, por exemplo, só comia banana, hoje em dia ele já gosta de manga, morango, maça etc. O Miguel também recebe a mesma alimentação no ambiente escolar, a única coisa diferente é a mamadeira”.

Ela diz que se uma criança não gosta de um alimento, sempre tem uma opção. “A escola sempre nos orienta em relação a alimentação”.


 CRIANÇAS X ALIMENTOS

  1. Prepare um lanche colorido e atrativo que desperte curiosidade e vontade de experimentar sabores novos.
  2. Seja paciente ao oferecer alimentos saudáveis às crianças, que podem precisar degustar até 15 vezes o mesmo alimento antes de se acostumarem.
  3. As crianças sentem o gosto amargo mais acentuado nas verduras e legumes, por isso, o truque está em oferecer as verdinhas de várias formas: refogadas, cozidas, com molho de soja (shoyu), etc.