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BH celebra 120 anos repleta de presentes e histórias

Para comemorar os 120 anos de Belo Horizonte, o Edição do Brasil foi atrás dos presentes recebidos pela capital mineira ao longo de todo este tempo. Um dos símbolos mais imponentes da cidade, o Pirulito da Praça Sete, tem uma história e duas versões: a primeira diz que ele foi dado pelo município de Betim e a segunda que Raul Soares, então governador do Estado, construiu o obelisco em comemoração ao centenário da Independência do Brasil, porque monumentos parecidos já existiam em praças de Paris e Washington. Soares quis que BH se igualasse às grandes capitais que eram referências de modernidade.

De acordo com o professor de história do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Raul Lanari,  o Pirulito foi um presente da Capela Nova, antigo nome da cidade de Betim. “Ele foi feito com as pedras de uma pedreira da região e concedido a Belo Horizonte. Na época, Betim seria beneficiada com a mudança da capital para perto do seu território. Além disso, foi oferecido como um símbolo de boa sorte”.

Outra herança significativa é o Cristo Redentor, que fica na segunda região mais movimentada da capital: o Barreiro. É isso mesmo, se engana quem pensa que apenas o Rio de Janeiro tem um Cristo para chamar de seu. A estátua de 11,80 metros, localizada no bairro Milionários, foi encomendada pelo imigrante italiano Caetano Pirri. 

A pesquisadora e professora Modesta Soares conta que Pirri gostava do local e, em 1956, mandou produzir o monumento. “Foi um presente que ele deu em homenagem aos 100 anos do Barreiro. O Cristo representa toda a religiosidade, acolhimento, proteção e fé. É um ponto de encontro, um verdadeiro cartão postal”, acrescenta.

A graciosidade e raridade fazem parte de outro presente bem curioso que a nossa capital recebeu em 1920: um casal de cisnes negros. Os reis belgas Elizabeth e Alberto I gostaram tanto da receptividade mineira que presentearam o então governador Artur Bernardes com as aves.

Para a Superintendência de Administração de Palácios, a tradição permanece por se tratar de um presente, bem como pela beleza dos animais. “Eles contribuem para a ornamentação do lago existente no Palácio da Liberdade, além do que a presença deles é mais um atrativo para os visitantes”, afirma a nota.

Ainda segundo informações da Superintendência, o atual casal de cisnes foi cedido pela Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte. De acordo com os registros, esse é a segunda dupla que passa pelo Palácio. 

Na terra do Clube da Esquina, o que não faltam são músicas que homenageiam a capital. Desde Noel Rosa, com “Belo Horizonte”, até o funk “BH é o Texas” cantado por Mc Papo, passando pelo “Viradão na Feira Hippie” do Tianastácia e estacionando na poesia de Lô Borges com “Ruas da cidade”. Além dessas, há também “Lugar melhor que BH”, interpretada por César Menotti e Fabiano, que dá a dimensão do que os belo-horizontinos sentem pela cidade e prova que a capital mineira é inspiração para compositores de diversos ritmos.

Fabiano diz que a ideia da canção surgiu devido ao carinho que a dupla tem por Belo Horizonte. “Queríamos fazer uma declaração como fazemos para as pessoas que amamos. Então, decidimos compor a música e deixá-la registrada para a cidade do nosso coração”.

César ressalta ainda que, mesmo não sendo naturais de BH, são belo-horizontinos de consideração. “Foi aqui que começamos a ganhar espaço no meio artístico. Esse é o início da nossa vida artística e, por isso, esse carinho tão grande pelo povo daqui e por esse lugar”.

Os sinos da Igreja Nossa Senhora do Carmo, que juntos podem entoar uma música inteira com o badalar do carrilhão de 39 instrumentos, também foram um dos presentes dado à capital mineira.

O frei carmelita Evaldo Xavier Gomes explica que eles foram entregues à igreja e o maior, que pesa uma tonelada, foi uma doação especial do ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK). “Entre os doadores estão o ex-governador Bias Fortes; o ex-prefeito de BH Celso Mello Azevedo; Conde Francesco Matarazzo; Antônio Luciano Pereira e Flávio Gutierrez”.

Segundo o frei, cada um deles tem uma frase escolhida pelo próprio doador. O de JK, por exemplo, tem os seguintes dizeres: “Dei esse sino para que ele cante as graças de Nossa Senhora do Carmo”, finaliza.