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Hiperêmese gravídica atinge 150 mil mulheres anualmente no Brasil

A Duquesa de Cambrigde, Kate Middleton, e seu marido Príncipe William, anunciaram, há 2 meses, que estão à espera do terceiro filho. A gravidez da realeza acabou trazendo visibilidade para outro assunto: a hiperêmese gravídica, problema que provoca náuseas e vômitos persistentes na gravidez e que acometeu a princesa nas duas primeiras gestações.

Estima-se que 5% a 10% das mulheres grávidas sofrerão desse mal e que os casos extremos não passam de 2% do total. Somente no Brasil, o problema atinge cerca de 150 mil mulheres todo ano.

A diretora da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Thelma de Figueiredo e Silva, explica que até 90% das gestantes têm náuseas acompanhadas de vômito no início da gestação. “Essa é a chamada êmese gravídica. Já a hiperêmese, é quando esse quadro é intenso e a mulher chega a desidratar, perder peso e, às vezes, tem alterações mais graves. Os sintomas se iniciam na 5ª semana, piora um pouco na 9ª e, geralmente, no terceiro mês passa. Mas, em até 20% das grávidas, os sinais podem persistir até o parto”.

Foi exatamente o que aconteceu com a comerciária Viviane Claret. “Na minha primeira gestação sofri com os sintomas na 5ª semana até a hora do parto. Lembro que tive que fazer uma cesariana de emergência e, durante a tentativa de trabalho de parto, sentia muito enjoo. Foi a gravidez inteira assim. Não conseguia comer nada, desidratei, tive infecção urinária e não consegui nem levantar da cama para tomar banho”.

Ela recorda que, na segunda gravidez, os sintomas vieram com menos força. “Óbvio que eu estava totalmente traumatizada. Fiquei com medo de passar por tudo de novo, mas foi mais tranquilo. Desmaiei e fiquei internada, porém passou mais rápido. Eu não pude aproveitar. Não guardo uma recordação boa, por causa da condição em que fiquei”.

Tratamento
Viviane foi internada várias vezes para recuperar nutrientes perdidos por causa da condição. A ginecologista elucida que, devido às náuseas, é difícil tratar o problema com medicação via oral. “A paciente acaba ficando no hospital para aplicação de medicamentos intrevenosos, com a recolocação de vitaminas que o organismo precisa para correção desse distúrbio. Além disso, a hidratação é a chave para melhorar os sinais”.

Apesar do desconforto, a especialista destaca que a hiperêmese acaba por ser um bom sinal para a saúde do bebê. “A mulher passa a ter menos risco de abortar e ter perda fetal”.

Probabilidade
Ainda não se sabe exatamente o que causa a condição, porém, a ginecologista afirma que há alguns fatores que pode fazer com que a gestante seja acometida pelo problema. “A hipótese mais provável é a de picos hormonais. Fora isso, é comum em pacientes que têm sobrepeso, na primeira gestação e também em mulheres que têm uma digestão difícil, gastrite ou alguma deficiência nutricional”.