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Mercado de eventos continua aquecido

Mesmo com a crise econômica pela qual o país passa, os brasileiros não deixaram de comemorar os acontecimentos especiais de sua vida. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, encomendada pela Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), somente no ano passado, os gastos com eventos sociais somaram R$ 17 bilhões.

Esse resultado representa uma estabilidade do setor, que movimentou R$ 17,02 bilhões em 2015 e R$ R$ 16,8 bilhões em 2014.  “Houve um acréscimo no número de eventos, mas as pessoas estão fazendo festas mais enxutas e economizando bem mais”, constata o presidente da Abrafesta, Ricardo Dias.

Dentre os eventos mais realizados pelos brasileiros, o casamento aparece em primeiro lugar, com mais de 1,1 milhão de cerimônias por ano e a região Sudeste lidera esse ranking, com crescimento de 20% nos últimos 5 anos.

A jornalista e publicitária Jeniffer Borges vai se casar em junho de 2018 e conta que isso era o seu sonho de criança. “Planejei o meu casamento a minha vida toda! Mas o início dos preparativos começou quando fiquei noiva, em março do ano passado”.

Ela diz que a cerimônia será para 180 pessoas e quer gastar no máximo R$ 30 mil. “Por ser publicitária, estou fazendo muitas coisas, como itens da decoração, convites, lembrancinhas, dentre outros”.

Ela não dispensou a ajuda de uma assessoria especializada para organizar a festa, porém está sentindo dificuldade em achar alguns itens que quer. “Sei exatamente o que desejo e acabo correndo atrás antes do cronograma, entretanto, não estou conseguindo encontrar profissionais fora do padrão. O mercado de casamento cresceu muito em BH e parece que todos seguem a mesma linha, desde o vestido da noiva até o laço do bem casado – que por acaso, vai ser substituído por brownies. Fui em nove casamentos este ano e todos tinham características em comum”.

Ideia que deu certo

O produtor Gabriel Chaves, que realiza várias festas em Ponte Nova, cidade localizada na Zona da Mata do Estado, conta que tudo começou com a comemoração do seu aniversário de 24 anos. Na ocasião, ele não mencionou do que se tratava o evento, apenas usou o apelido “Chapolin”. “No início, algumas pessoas confundiram se era um evento ou uma festa de aniversário, então expliquei que era as duas coisas. A partir disso, comecei a atuar no ramo”.

Ele já organizou 14 eventos com a marca “Chapolin” que contaram com a presença de 350 a mil pessoas. As festas variam de bloco de Carnaval, cervejada, quadrilha e campanhas sociais. “Há eventos que demoram cerca de 2 meses para serem planejados, pois é preciso retirar alvará e de autorização de diversos órgãos”.

Chaves diz que as festas ficam entre R$ 1 mil a R$ 15 mil e que esse valor depende do evento que se quer organizar. Por exemplo, se for o aniversário, que envolve banda, aluguel do espaço, bebidas, divulgação e taxas, as despesas ficam mais caras. Agora, se é algo menor, realizado com intuito de fortalecer o bloco, o preço cai. “Até agora, o único lucro que tive foi a satisfação de ver meus amigos felizes e unidos”, finaliza.


Ricardo Dias destaca que qualquer pessoa que queria realizar uma festa, mas que não tem experiência para fazê-la, deve procurar ajuda de um profissional da área. Ele destaca que, às vezes, quer se economizar, mas acaba gastando-se mais quando não se tem a orientação de um organizador.