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Número de fumantes tem queda de 28% no país

O vício em fumar cigarro acomete 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo. O problema é, hoje, a principal causa de morte evitável em todo o planeta. No Brasil, estima-se que 200 milhões de pessoas morram por consequência do tabaco. O país ocupa o 8º lugar no ranking absoluto de fumantes, sendo 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens. Contudo, apesar de todos esses números, tem-se uma boa notícia: desde 1990 a 2015 a porcentagem de fumantes diários no país caiu de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres, totalizando uma queda de 28%. O Brasil é reconhecido, mundialmente, por ser o país no qual as pessoas mais largam o cigarro.

O pneumologista Luiz Fernando Ferreira aponta que o cigarro reduz em 10 anos a expectativa de quem fuma. “Além disso, ele aumenta o risco do surgimento de cerca de 50 doenças. Dentre elas, os três grupos mais importantes são: as cardiovasculares, como o infarto e o derrame cerebral; as respiratórias, que são a bronquite e o enfisema pulmonar; e diversos tipos de câncer, com destaque para o de pulmão”.

Ferreira aponta que pessoas que convivem com fumantes, as chamadas fumantes passivas, também são prejudicadas. “Seja em casa ou no trabalho, estar em contato com uma pessoa que fuma aumenta o risco das doenças citadas, e nas crianças, cresce o risco de crise de asma, infecções e otite”.

Ele esclarece que a vida do paciente é sempre melhor após parar de fumar. “A pessoa diminui o risco de doenças e aquelas que já tem algumas patologias, passam a ter menos crise e internações. Quanto mais cedo ela parar de fumar, melhor”.

Pensando em melhorar a qualidade de vida, a vendedora Irene Souza e Silva, 28, largou o tabaco. Ela, que fumou por 12 anos, conta que abandonar o vício não é fácil. “Foi um processo difícil e com muitas recaídas. Só no ano passado, após 2 anos tentando, pude dizer: não sou mais fumante. Eu comecei a fumar com 13 anos e só agora percebi que era hora de parar”.

Ela declara que o cigarro já afetava muita coisa em sua vida e que leu muito sobre como largar o vício. “Eu vivia cansada e sem disposição. Minha pele, cabelo, unhas e dentes estavam feios e minha voz rouca. Depois de decidir parar, li muito sobre as práticas que me ajudariam, comecei a fazer caminhada todos os dias e melhorei a alimentação. Tudo isso me auxiliou”.

Ela conclui dizendo que parar de fumar mudou sua vida. “Após 2 anos, me sinto muito melhor. Minha disposição para viver voltou. Sinto até que respiro melhor. Hoje, o cigarro não faz falta nenhuma na minha vida e entendo que a melhor decisão foi parar de fumar.

Auxílio
Para ajudar os dependentes do tabaco, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado possuem tratamentos ao tabagismo. De acordo com a diretora de promoção da saúde, Daniela Campos, o programa é muito positivo e auxilia 15 mil fumantes todos os anos. “Estamos em cerca de 683 municípios de Minas Gerais. O tratamento ocorre em quatro sessões semanais e, após, as sessões o paciente fica em tratamento de 6 a 12 meses”.

Daniela explica quais são os passos para iniciar o tratamento. “Primeiro, a pessoa deve querer parar de fumar de verdade. Após tomar essa decisão, ela procura uma UBS que oferte o tratamento. O acompanhamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, farmacêuticos e médicos, que vai avaliar o grau de dependência do paciente e indicar o melhor tratamento. Às vezes, a pessoa necessita de um suporto medicamentoso para aliviar o estresse e outros sintomas causados pela abstinência”, conclui.

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