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Feriados prometem fomentar ainda mais o setor de turismo

Quando pensamos em feriados, a primeira coisa que nos vem à cabeça são passeios, viagens e 2017 será propício para isso. Ao todo serão 10 feriados ou pontos facultativos nacionais prolongados. As entidades ligadas ao comércio estimam que o prejuízo será de R$ 976 milhões, no entanto, as oportunidades para outros setores estão na mesa, principalmente para o turismo. Pensando nisso, conversamos com o secretário adjunto de Estado de Turismo de Minas Gerais, Gustavo Arrais, para saber mais sobre como esse segmento pode contribuir com a economia e valorizar o Estado.

Turismo
O secretário adjunto de Estado de Turismo de Minas Gerais,
Gustavo Arrais, faz um apanhado das oportunidades para este ano (Foto: Carolina Paiva/SETUR)

Minas tem se consolidado como um dos principais destinos turísticos do país. Qual a importância disso para o Estado?

Minas Gerais tem a sua economia baseada em minério, mas isso é esgotável, pois tem a poluição e outros fatores que são negativos. Diferente disso, o turismo gera emprego para todas as classes e ainda tem a questão da preservação ambiental, já que o turismo e a natureza são praticamente sinônimos. Esse setor preserva, incentiva e fomenta a cultura local. Em Tiradentes, por exemplo, as pessoas estão construindo, utilizando como base a arquitetura original, preservando a que existe e ampliando o modelo do século passado.

Para se ter ideia da sua importância, o mapa turístico do Brasil tem 2.175 municípios se declarando como estâncias turísticas, ou seja, há uma procura no mundo inteiro por essa forma de emprego, renda e bons salários. É preciso compreender que o turismo é um produto. Em relação à economia, nós estamos por volta da casa de R$ 82 bilhões por ano e a arrecadação é de aproximadamente de US$ 55 dólares turista/dia, contando com hospedagem, passeio, alimentação e transporte.

O que é a cadeia produtiva do turismo?

A cadeia produtiva do turismo é muito grande, segundo estudos, existem mais 50 atores nessa cadeia – desde os que atuam indiretamente como o fornecedor de luz, água, telefone, até os diretos, como o guia, os guarda-vidas numa área de piscina, a camareira, garçom e recepcionistas etc. É uma área muito vasta e é bom reforçar que as oportunidades são amplas para todas as escolaridades. Por exemplo, há chances para as pessoas com baixa ou nenhuma escolaridade que, hoje, não encontraria emprego em nenhum outro setor, até para aquele que é especialista para gerenciar grandes hotéis, empresas e operadoras.

Tem algum projeto em andamento para o fomento dessa cadeia no Estado?

Existem vários projetos que estão em análise e outros que já estão em andamento. Por exemplo, o Inventário Turístico Mineiro, que consiste em cadastrar todos os locais e serviços turísticos de Minas, como pedalinhos, hotéis, bares, charretes, restaurantes, salas de convenção, valores, eventos etc. Tudo o que tiver de turismo no Estado será contemplado e isso irá gerar números para fazer políticas públicas, para investidores particulares, bem como, informações para o turista final – aquele que quer conhecer uma determinada região, vai conseguir facilmente, com 2 ou 3 cliques. Outro projeto que estamos fazendo é o RP (Registro de Preço), para o fomento de eventos geradores de fluxo turístico, pois Minas Gerais tem vários eventos, como Carnaval, Folia de Reis etc, que serão apoiados para que se tornem mais atrativos para atingir esse propósito. A política pública de Regionalização do Turismo de Minas Gerais também está em andamento, onde temos 46 circuitos turísticos, com 473 cidades no circuito com uma geração de 1.704 ações concretas – como feiras, eventos e qualificações. Além de outros atos de fundamentação de base, como a lei geral do Turismo Mineiro que está na Assembleia para ser votada e também tem os decretos de organização do receptivo mineiro do programa Minas Recebe.

Com os feriados prolongados previstos para este ano, como o turismo pode se beneficiar?

Os feriados, sem dúvida, contribuem com diversos setores, pois injeta recurso financeiro, turístico e promocional para várias áreas. Em 2017, teremos muitos feriados prolongados nacionais, fora os feriados em Belo Horizonte. Acredito que este será um ano muito bom para o turismo e empresários. É um ano bom para lançar novas campanhas e, sem dúvida, Minas receberá muitos turistas nesse período.

Quais são os principais segmentos turísticos de Minas Gerais? Qual representa mais o Estado?

Essa pergunta é muito complexa, pois Minas Gerais, não é um Estado, é um país! Temos Semiárido de um lado e uma exuberante Mata Atlântica do outro. Nós temos 853 municípios, dos quais 473 estão no mapa do turismo. Quais são os principais segmentos de Minas? Posso dizer que praticamente todos representam muito bem o Estado. Temos sol e, até mesmo, praia em rio, como a praia de Furnas. Várias regiões têm praias no Estado, assim como Ibitipoca, que tem uma cachoeira que tem uma praia com areia branca e fofa, onde várias pessoas aproveitam bem o local. Temos o turismo de bem-estar, de luxo, de negócios, de aventura e, principalmente, o cultural e histórico, pois 60% do patrimônio histórico e arquitetônico barroco do Brasil está aqui. Sem contar os quatro monumentos eleitos pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Quem quer conhecer o Brasil tem que vir à Minas Gerais para conseguir compreender a história cultural, política, literária e arquitetônica do país, pois temos grandes figuras históricas aqui.

E o turismo de negócios para Belo Horizonte, como estão os projetos?

Estão em andamento, temos o BH aos Olhos do Mundo, um projeto feito em parceria com o Sebrae e uma empresa de consultoria da Espanha. O diagnóstico está pronto, os planos de ação estão sendo finalizados e são voltados especificamente para o turismo de negócios de Belo Horizonte. Esse plano de ação, em breve, será apresentado para a imprensa.